Decisão da Renault provoca ondas de choque

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A decisão da Renault de cortar quinze mil postos de trabalho provocou ondas de choque pelo mundo fora, mas onde elas mais se fizeram sentir foi naturalmente em França.

Para o construtor automóvel, a poupança de dois mil milhões de euros justifica-se pela quebra de vendas durante a pandemia de covid-19.

De acordo com Jean-Dominique Senard, é sua responsabilidade tomar decisões difíceis. O Presidente da Renault acrescenta que o faz convicto que as decisões são boas e respeitam pessoas e organizações, mas que uma crise como esta o obriga a agir.

O Estado francês é o principal acionista individual da Renault, com uma participação de cerca de 15% no capital da empresa, e pode ser a chave para o futuro. Em cima da mesa está um empréstimo bancário de cinco mil milhões de euros, possível graças a uma garantia estatal.

Entre os trabalhadores, há quem admita ter sido apanhado de surpresa, porque sempre tinha ouvido histórias em torno dos milhões que a Renault tinha em caixa. O sindicalista refere ainda que a pandemia não passa de uma desculpa para justificar as dificuldades financeiras e lamenta que a empresa esconda quanto é que paga aos acionistas.

As dificuldades do gigante do setor automóvel começaram em 2018, com a detenção do diretor-executivo, Carlos Ghosn. Entre os sindicatos, existe a vontade não só de defender os direitos dos trabalhadores, mas também de encontrar uma solução para o futuro da empresa.

Guillaume Ribeyre esclarece que o seu sindicato apenas pede à Renault a oportunidade para dialogar, o que não aconteceu até agora, para poderem avaliar todas as possibilidades e discutir o impacto social de uma medida que irá levar a uma diminuição considerável no efetivo.

A Renault tem mais de 180 mil trabalhadores a nível mundial e prova que nem os gigantes estão imunes à crise. Além do corte de pessoal e do empréstimo com garantia estatal, a estratégia para a sobrevivência passa pela aposta nos automóveis elétricos.