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Foto: Divulgação

Secretaria de saúde do ES não recomenda uso de cloroquina para pacientes em casos graves de covid-19

"Nós retiramos a indicação da prescrição desse medicamento por não haver evidências científicas que apontem a eficácia dele", disse o secretário Nésio Fernandes em entrevista coletiva nesta sexta-feira

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Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (29), o secretário de Estado de Saúde Nésio Fernandes explicou sobre as mudanças na indicação de cloroquina para o tratamento de pacientes com coronavírus no Espírito Santo.

Segundo o secretário o Estado, em contato com um conjunto de médicos especialistas, infectologistas e intensivistas, sobre o assunto e após estudos realizados em todo o mundo, o protocolo para o uso do medicamento mudou no Estado.

"Nós adotamos o uso da cloroquina desde o início da pandemia, até a última semana, em todos os pacientes com indicação de internação em unidades de terapia intensiva. Inúmeras pesquisas foram desenvolvidas no mundo, inúmeros estudos e artigos, e a Sociedade Brasileira de Pneumologia, Infectologia, a Associação Brasileira de Médicos Intensivistas construíram conceitos onde foi retirada a indicação do uso da cloroquina para os pacientes graves. Ficando a cargo dos médicos e assistentes a avaliação se utilizam ou não o medicamento para pacientes com indicação de terapia intensiva", explicou Nésio.

Por conta disso, o Estado seguiu a mesma orientação. "Nós retiramos a indicação da prescrição desse medicamento por não haver evidências científicas que apontem a eficácia dele nos pacientes graves. A própria Organização Mundial da Saúde o fez, alguns países do mundo já vem abandonado o uso da cloroquina totalmente. A OMS suspendeu as pesquisas que investigavam a eficácia e a efetividade do uso da cloroquina em pacientes graves e leves", disse o secretário.

"Na atualização do nosso protocolo, nós reafirmamos a conduta anterior, já adotada pelo governo do Estado do Espírito Santo, de não recomendar o uso da cloroquina em pacientes com quadros leves, porque não existem evidências científicas que sustente a prescrição para pacientes leves", completou Nésio.

O secretário também fez o alerta para a população sobre o uso indiscriminado deste e de outros medicamentos. "É preciso deixar claro que a Organização Mundial da Saúde, várias publicações em revistas científicas internacionais tem apontado o risco de complicações de pacientes que fazem o uso da cloroquina. Ela possui efeitos adversos", explicou.