Brasil supera Espanha e se torna o 5º país com mais mortes por coronavírus

País registrou 1.124 novos óbitos e 26.928 novos casos; total é de 27.878 mortes e 465.166 casos

O Brasil registrou 1.124 novas mortes por coronavírus em 24 horas e, com um total de 27.878 óbitos desde o início da pandemia, agora é o quinto país com mais mortes ao superar a Espanha.

O país europeu anotou um total de 27.121 mortes. O país foi um dos mais afetados pela crise da Covid-19. O governo decretou um confinamento estrito durante mais de dois meses, que, com a desaceleração de casos e óbitos, começou a ser suavizado há duas semanas.

Os outros quatro países com mais mortes são EUA (102 mil), Reino Unido (38,2 mil), Itália (33,2 mil) e França (28,7 mil).

Também foram registrados 26.928 novos casos no Brasil em um dia, um recorde, segundo dados do Ministério da Saúde. O total é de 465.166.

Em número de casos, o Brasil é o segundo país mais afetado, de acordo com a Universidade Johns Hopkins (EUA). Em números absolutos, fica atrás apenas dos Estados Unidos, que têm 1,7 milhão de casos.

O Ministério da Saúde, no entanto, admite que o número real de casos no Brasil tende a ser maior, já que ainda há testes represados em alguns locais e possibilidade de subnotificação.

O estado de São Paulo ultrapassou a marca de 100 mil casos nesta sexta-feira e chegou a um total de 101.556. A unidade da federação mais populosa do país também segue com o maior número de mortes: 7.275.

Na sequência está o Rio de Janeiro, com 47.953 casos confirmados e 5.079 vítimas.

O Ceará é o terceiro estado com o maior número de mortes, com 2.859 óbitos por coronavírus. Aparecem na sequência o Pará, com 2.827, e Pernambuco, com 2669.

Em relação ao número de casos, depois de São Paulo e Rio vêm o Amazonas (38.909), Ceará (38.395) e Pará (36.486).

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, 189.476 pessoas se recuperavam da Covid-19, o que representa 40,7% do total.

O secretário substituto de vigilância em saúde da pasta, Eduardo Macário, disse durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto que as dimensões continentais do Brasil e as especificidades de cada região impedem que se chega a uma radiografia única do pico da pandemia no país.

O secretário afirma que os casos passaram a ser analisados por regiões, estados e municípios. Macário citou mais uma vez a sazonalidade como um dos principais motivos para as discrepâncias entre as regiões. Os estados do Norte e Nordeste vivem agora o período da sazonalidade de doenças respiratórias, que se agravou com a pandemia do novo coronavírus.

Segundo Macário, em poucos meses esse mesmo problema ocorrerá nas regiões Sudeste e Sul do país. Por isso, o governo federal decidiu adiar o término da campanha de vacinação da gripe, que estava previsto para o dia 5 de junho, para o dia 30 do mesmo mês.

Crianças e gestantes

O Ministério da Saúde também divulgou nesta sexta-feira (29) o boletim epidemiológico número 17, com um recorte especial para os casos envolvendo crianças e gestantes.

Segundo esses dados, o novo coronavírus atingiu um total de 916 crianças e adolescentes em todo o território brasileiro. O levantamento também aponta que 99 pessoas com menos de 18 perderam da vida em decorrência da Covid 19.

Apesar do total de crianças infectadas ser baixo em relação ao total de casos — cerca de 0,2% —, especialistas alertam que é preciso levar em conta a ocorrência de uma grande subnotificação, já que crianças em geral apresentam casos muito leves de Covid-19.

Além disso, o próprio ministério alerta no boletim epidemiológico que é possível que a redução no número de casos, registrada em uma semana recente, nessa faixa etária tenha como causa atrasos de digitação dos dados.

Segundo o boletim, a maior parte dos infectados nesse grupo etário possuí entre 0 e 12 anos. São 662 casos confirmados entre crianças nessa faixa etária, o que corresponde a 72,3%.

Comportamento

Os dados do Ministério da Saúde também apontam que 484 gestantes foram infectadas pelo coronavírus, sendo que 36 dessas mulheres acabaram morrendo por conta da doença.

Em uma outra pesquisa, a pasta elencou os problemas que mais atingem os brasileiros durante a pandemia de Covid-19. Dentre o total de entrevistados, 41,7% relatam problemas para dormir ou então estão dormindo além do normal.

Mudanças nos padrões ou distúrbios alimentares também foram mencionados por boa parte dos brasileiros. Os dados indicam que 38,7% dizem estar sem apetite ou se alimentando demais, e 35,3% manifestaram pouco interesse em fazer as coisas.

A mesma pesquisa apontou que, mesmo em meio à pandemia e a política de isolamento em muitas regiões brasileiras, 87,1% dos adultos informaram que precisaram sair de casa na semana anterior à entrevista.

Entre os motivos citados estão comprar alimentos (75,3%), trabalhar (45%) ou procurar serviço de saúde ou farmácia (42,1%).

Os técnicos da pasta também chamaram a atenção para o fato de que 20,5% dos entrevistados que saíram de casa na última semana o fizeram porque estavam entediados ou cansados de ficar em casa.

A chamada pesquisa Vigitel foi realizada por telefone e entrevistou um total de 2.007 pessoas entre 25 de abril e 5 de maio. A margem de confiança é de 95%.