Apple, Huawei, Xiaomi e Samsung vendem quase 30% mais vestíveis em 2020
by Felipe JunqueiraA indústria de eletrônicos não tem apenas más notícias com a pandemia de COVID-19, que derrubou as vendas de smartphones e tablets, principalmente. Como já vimos, os PCs e notebooks tiveram queda menor do que o esperado no primeiro trimestre do ano. Agora, a IDC mostra que o mercado de vestíveis teve crescimento de quase 30% no período.
- E-commerce dobra o número de vendas no Brasil durante a pandemia
- COVID-19 | HealthTech cresce 40% ao mês com testes feitos em casa
O total inclui aumentos nas vendas de pulseiras e relógios inteligentes, além de fones de ouvido sem fio. A última foi a categoria que mais cresceu isoladamente, com 68,3% de aumento, tendo sido responsável por 54,9% da fatia total de mercado, comparando com os três primeiros meses de 2019. As pulseiras tiveram incremento de 16,2% no primeiro trimestre.
Como resultado, os smartwatches foram ultrapassados pelos outros dois tipos de produtos. No geral, a indústria de vestíveis embarcou 29,7% mais produtos entre janeiro e março de 2020, comparando com o mesmo período do ano passado. E isso em meio ao confinamento de boa parte da população mundial, que teoricamente saiu menos de casa para fazer exercícios ouvindo música em fones de ouvido sem fio e usando pulseira ou smartwatch para monitorar a saúde.
“A categoria de aparelhos auditivos parece resiliente às forças de supressão do mercado causadas pela COVID-19”, observou o gerente de pesquisa da IDC, Jitesh Ubrani. “Os consumidores buscaram esses fones de ouvido sofisticados não apenas para reproduzir áudio, mas também para aumentar a produtividade, já que muitos precisaram trabalhar de casa e buscaram meios de reduzir o ruído do entorno para se manterem conectados a seus smartphones e assistentes inteligentes”, explicou.
Aumento por empresas
Quatro empresas se destacaram no mercado de vestíveis: Apple, Xiaomi, Samsung e Huawei. A Maçã manteve a liderança no setor com quase 30% da fatia do mercado, totalizando 21,2 milhões de unidades embarcadas. A empresa se beneficiou pelo aumento na procura dos AirPods e Beats, que compensaram a queda na busca por smartwatches e conseguiu quase 60% de crescimento em relação ao Q12019.
Já a Xiaomi, que teve lucro geral no período, enviou 7,3 milhões de pulseiras e relógios, com expansão fora da China e alcançando 14% da fatia de mercado em vestíveis, somando também os fones de ouvido sem fio, que totalizaram quase 3 milhões de unidades. O crescimento da chinesa em comparação ao primeiro trimestre de 2019 foi de mais de 56%.
A Samsung ficou na terceira posição em fatia de mercado, com quase 12%, ou 8,6 milhões de dispositivos vendidos. A companhia teve como destaque os fones de ouvido, com mais de 4 milhões de unidades dos Galaxy Buds e Buds+ no período. A sul-coreana cresceu quase 72% no primeiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado.
A Huawei, que aparece na lista junto de sua subsidiária Honor, conseguiu até mesmo crescer na China, apesar de o país asiático ter sido o que mais sofreu inicialemnte com o confinamento. Mas a companhia também teve bom crescimento na Europa, América Latina e outros mercados asiáticos, e conseguiu 11% de fatia do mercado, com 8,1 milhões de dispositivos vendidos. Aumento de 62% em relação ao primeiro trimestre de 2019.
A Fitbit ocupou o quinto lugar, mas teve queda nas vendas em comparação com os três primeiros meses do ano passado, de mais de 26%, e somou 2,2 milhões de dispositivos embarcados, contra 2,9 milhões em 2019.