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Foto: ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Centros comerciais e lojas de Lisboa vão continuar fechados até dia 4 de junho

António Costa assumiu que a avaliação feita à evolução da pandemia de covid-19 "é positiva para a generalidade do País, havendo motivo de preocupação no que diz respeito à evolução na área metropolitana de Lisboa”. E, por isso, foram definidas algumas medidas diferenciadoras para a região.

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O primeiro-ministro, António Costa, admitiu, esta sexta-feira, alguma preocupação com os casos de covid-19 na área metropolitana de Lisboa, mas que é feito um "balanço positivo" para a generalidade do País. "Não podemos dizer que existiu um aumento significativo dos casos", disse o chefe de Governo, lembrando que, "apesar de se estar a testar mais, não se verifica um aumento de casos". As declarações foram feitas após o Conselho de Ministros, marcado para fazer o balanço das medidas da segunda fase de desconfinamento e tomar decisões relativamente à terceira fase. As medidas não são iguais em todo o País devido à situação na AML. 

Garantindo que está afastado o risco de "crescimento exponencial" da Covid-19 em Portugal, António Costa anunciou que na área metropolitiana de Lisboa vão permanecer encerrados os centros comerciais e lojas do cidadão. Essa medida vai estar em vigor até 4 de junho. Por outro lado, este fim-de-semana, já podem realizar-se cerimónias religiosas comunitárias de acordo com as regras definidas pela DGS, tal como salas de espectáculos ou eventos ao ar livre. 

As regras ao teletrabalho também mudam, tal como previsto, e este deixa de ser a opção primeira e passa a depender de acordo entre a entidade patronal e o trabalhador. A excepção são pais de filhos menores de 12 anos ou com um grau de deficiência relevante, trabalhadores de risco ou portadoras de deficiência. As lojas do cidadão de grande parte do País irão abrir, tal como as lojas superiores a 400 metros quadrados. 

"Outro passo importante", anunciou o primeiro-ministro, é a abertura do ensino pré-escolar. "Estamos convictos que estão reunidas as condições para o pré-escolar regressar com normalidade", confessou. A reabertura de ATLs não integrados em estabelecimentos escolares foi adiada para 15 de junho. Já as atividades de apoio à família e de ocupação de tempos livres só podem ser retomadas no final do ano letivo.

A época balnear vai abrir igualmente na data prevista, ou seja, 6 de junho. Na restauração, acaba a exigência de lotação limitada aos 50%. Os ginásios reabrem na próxima segunda-feira.

No final da conferência de imprensa, António Costa explicou que não existe um descontrolo na Área Metropolitana de Lisboa, mas que esta se "distinguir significativamente das outras regiões do País". "Entendemos, por isso, que esta evolução das medidas de desconfinamento tem de ir sendo acompanhada de uma monitorização da evolução da pandemia", acrescentou, explicando o que será feito apenas para a região de Lisboa.

"Forte reforço das medidas de segurança epidemiológica" relativamente a alguns setores específicos, como os trabalhadores de construção civil ou com trabalho temporário, como é o caso do foco na Azambuja. Neste caso, será também analisado o realojamento de emergência de muitos destes trabalhadores, para separar infetados de não infetados. Estas medidas, explicou, "exigirão o adiamento da passagem para a fase 3", principalmente as que envolvem as grandes aglomerações. "A interdição de ajuntamentos de mais de 10 pessoas vai continuar - no resto País, será de 20", anunciou. Os veículos de transporte particular de trabalhadores também vão ter que cumprir ordens de lotação e o uso de máscara é obrigatório. 

As feiras deste fim-de-semana podem estar abertas, visto que as medidas só se aplicam a partir de segunda-feira, mas o Governo pede cautela a todos os feirantes e clientes. 

Portugal regista hoje 1.383 mortes relacionadas com a covid-19, mais 14 do que na quinta-feira e 31.946 infetados, mais 350, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.

Em comparação com os dados de quinta-feira, em que se registavam 1.369 mortos, constatou-se um aumento de óbitos de 1%.

Relativamente ao número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus (31.946), os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) revelam que há mais 350 casos do que na quinta-feira (31.596), representando uma subida de 1,1%.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 360 mil mortos e infetou mais de 5,8 milhões de pessoas em todo o mundo. Mais de 2,3 milhões de doentes foram considerados curados pelas autoridades de saúde.