Portugal está a recuperar de “atraso de alguns anos” no solar
by Ana BritoA tarifa de referência do novo leilão solar que decorrerá no final de Agosto foi fixada nos 41,5 euros por megawatt hora. Galamba frisa que o país tem “um potencial não aproveitado” e que leilão traz benefícios para consumidores e empresas.
O Governo apresentou esta sexta-feira as condições do leilão solar de 700 megawatts (MW) de capacidade que se realizará no final de Agosto. Vai a leilão a reserva de capacidade de injecção de energia em pontos de ligação à rede eléctrica em 12 lotes no Alentejo e Algarve. Um segundo leilão que ajudará Portugal a recuperar “o atraso de alguns anos” no solar, frisou o secretário de Estado da Energia, João Galamba, no final da apresentação realizada esta tarde.
A tarifa base de licitação do novo leilão – no caso da modalidade de tarifa garantida, que será paga pelos consumidores aos produtores durante 15 anos – é de 41,54 e 41,73 euros por MW hora (MWh) consoante os lotes, de acordo com as peças do procedimento que foram hoje divulgadas.
No leilão anterior, a licitação partiu dos 45 euros por MWh e permitiu alcançar uma tarifa média de 20,3 euros por MWh.
No procedimento do ano passado os investidores puderam concorrer às modalidades de tarifa garantida e à modalidade de tarifa de mercado com pagamento de compensação ao sistema. Este ano junta-se-lhes a variante das centrais com capacidade de armazenamento de energia.
Como no leilão de 2019, as propostas recebidas para cada lote, seja qual for a modalidade escolhida pelos investidores, serão convertidas num valor actualizado líquido (VAL), para que possam ser comparadas e seleccionadas as que melhores condições apresentem para o sistema eléctrico.
Sublinhando que o país tem “um potencial não aproveitado” no sector solar, Galamba destacou que os leilões trazem benefícios para todos, pois permitem ao país cumprir as metas de energia e clima, abrem perspectivas de negócios rentáveis às empresas e proporcionam preços mais baixos de electricidade aos consumidores.
Neste momento “não há muitas actividades económicas” em que se possa dizer que há um “total alinhamento de interesses” entre Governo, investidores e consumidores, afirmou o governante.
Os projectos que saírem deste leilão deverão estar a produzir, no limite, até ao final de 2024, mas Galamba frisou que se houver condições para que sejam ligados mais cedo, sê-lo-ão.
Se as centrais estiverem construídas e se já tiverem sido feitos os investimentos necessários na rede eléctrica “os prazos podem ser antecipados”, porque o país tem todo o interesse nisso, salientou o secretário de Estado.
Os interessados no leilão poderão enviar eventuais questões ao júri do concurso até 3 de Junho. No dia 8 abrem-se as candidaturas, que encerram a 31 de Julho. Depois de qualificados os concorrentes, a fase de licitação está prevista para o final de Agosto.