Baixada Santista apresenta novos dados ao governo estadual e pode sair de fase vermelha

Quarentena mais rígida para a região pode ser alterada na quarta (3) se índices se mantivere

O governo João Doria (PSDB) se reuniu com nove prefeitos da Baixada Santista, que pediram reclassificação para a quarentena determinada pelo Executivo estadual.

A região, antes inserida na fase 1-vermelha, a mais rígida de um mapa que vai de 1 a 5 e prevê categorias graduais de isolamento, pode passar na semana que vem à fase 2-laranja.

Caso isso aconteça, cidades como Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Bertioga, na Baixada Santista, poderão reabrir comércios.

“O governo do estado e os prefeitos chegaram ao entendimento, após a apresentação de leitos na região e a inclusão na aferição do estado. Com essa informações, a Baixada Santista estaria hoje classificada na fase 2”, diz um trecho da nota divulgada pelo governo de São Paulo.

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Santos vai reabrir a atividade comercial - Amanda Perobelli - 23.mai.20/Reuters

De acordo com os prefeitos, números exibidos pelo estado divergiam dos levantados pelos municípios durante o período de pandemia.

“Precisava, sim, haver bom senso. Como contestar números? A taxa de ocupação de leitos estava totalmente errada e o número de óbitos, também. Agora, passa por um grande senso de responsabilidade nosso definirmos as regras para reabrirmos o comércio”, disse à reportagem o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB).

O anúncio na última quarta (27) de que a região estava inserida na fase 1, classificação utilizada para as cidades de alerta máximo, permitindo o funcionamento somente dos serviços essenciais, revoltou os políticos locais. Quase todos eles se pronunciaram contestando e atacando a decisão de Doria.

“Nós estamos encontrando muitas incoerências nos dados apresentados pelo estado hoje à tarde. O governador demonstra, de fato, não conhecer a Baixada Santista, não conhecer os números", afirmou durante uma live o prefeito de São Vicente, Pedro Gouvêa (MDB).

Ainda nesta sexta (29), Doria disse que não se “submete a pressão de prefeitos” e manteve a decisão de não liberar a reabertura gradual em nenhuma das cidades da Grande São Paulo. As prefeituras também questionam as novas regras de quarentena.

Segundo Doria, as cidades vizinhas à capital não foram incluídas na reabertura por não terem quantidade de leitos considerada suficiente para o atendimento de pacientes com coronavírus. Ele disse que a reavaliação só será feita após a expansão da rede de saúde.

O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), presidente do conselho dos nove municípios, explicou que shoppings e demais comércios ainda não reabrirão na próxima semana.

“O intuito dessa luta que travamos era de ter a justiça no critério, e isso foi feito. Havia uma análise equivocada dos dados. Conseguimos a garantia da autonomia, mas ainda vamos discutir regras para uma retomada. Nesta semana não reabriremos”, disse Barbosa.

Segundo o governo paulista, municípios que estiverem nas fases 2, 3 e 4 poderão flexibilizar determinados setores por meio de decretos, observando também os planos regionais. Entre os pré-requisitos para a flexibilização está a adesão a protocolos de testagem.

Regiões do interior do estado como Franca, Ribeirão Preto, Araçatuba, Marília, Sorocaba e Campinas, por exemplo, já haviam recebido a mesma classificação e poderão abrir mais seu comércio e setores ligados a serviços a partir de 1º de junho.

A Associação Comercial de Santos disse estar “no limite para a retomada dos negócios” e que “certamente comerciantes encontrarão dificuldades” neste retorno, mas ainda não comentou sobre uma data para a reabertura.