Baixada Santista apresenta novos dados ao governo estadual e pode sair de fase vermelha
Quarentena mais rígida para a região pode ser alterada na quarta (3) se índices se mantivere
O governo João Doria (PSDB) se reuniu com nove prefeitos da Baixada Santista, que pediram reclassificação para a quarentena determinada pelo Executivo estadual.
A região, antes inserida na fase 1-vermelha, a mais rígida de um mapa que vai de 1 a 5 e prevê categorias graduais de isolamento, pode passar na semana que vem à fase 2-laranja.
Caso isso aconteça, cidades como Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Bertioga, na Baixada Santista, poderão reabrir comércios.
“O governo do estado e os prefeitos chegaram ao entendimento, após a apresentação de leitos na região e a inclusão na aferição do estado. Com essa informações, a Baixada Santista estaria hoje classificada na fase 2”, diz um trecho da nota divulgada pelo governo de São Paulo.
De acordo com os prefeitos, números exibidos pelo estado divergiam dos levantados pelos municípios durante o período de pandemia.
“Precisava, sim, haver bom senso. Como contestar números? A taxa de ocupação de leitos estava totalmente errada e o número de óbitos, também. Agora, passa por um grande senso de responsabilidade nosso definirmos as regras para reabrirmos o comércio”, disse à reportagem o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB).
O anúncio na última quarta (27) de que a região estava inserida na fase 1, classificação utilizada para as cidades de alerta máximo, permitindo o funcionamento somente dos serviços essenciais, revoltou os políticos locais. Quase todos eles se pronunciaram contestando e atacando a decisão de Doria.
“Nós estamos encontrando muitas incoerências nos dados apresentados pelo estado hoje à tarde. O governador demonstra, de fato, não conhecer a Baixada Santista, não conhecer os números", afirmou durante uma live o prefeito de São Vicente, Pedro Gouvêa (MDB).
Ainda nesta sexta (29), Doria disse que não se “submete a pressão de prefeitos” e manteve a decisão de não liberar a reabertura gradual em nenhuma das cidades da Grande São Paulo. As prefeituras também questionam as novas regras de quarentena.
Segundo Doria, as cidades vizinhas à capital não foram incluídas na reabertura por não terem quantidade de leitos considerada suficiente para o atendimento de pacientes com coronavírus. Ele disse que a reavaliação só será feita após a expansão da rede de saúde.
O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), presidente do conselho dos nove municípios, explicou que shoppings e demais comércios ainda não reabrirão na próxima semana.
“O intuito dessa luta que travamos era de ter a justiça no critério, e isso foi feito. Havia uma análise equivocada dos dados. Conseguimos a garantia da autonomia, mas ainda vamos discutir regras para uma retomada. Nesta semana não reabriremos”, disse Barbosa.
Segundo o governo paulista, municípios que estiverem nas fases 2, 3 e 4 poderão flexibilizar determinados setores por meio de decretos, observando também os planos regionais. Entre os pré-requisitos para a flexibilização está a adesão a protocolos de testagem.
Regiões do interior do estado como Franca, Ribeirão Preto, Araçatuba, Marília, Sorocaba e Campinas, por exemplo, já haviam recebido a mesma classificação e poderão abrir mais seu comércio e setores ligados a serviços a partir de 1º de junho.
A Associação Comercial de Santos disse estar “no limite para a retomada dos negócios” e que “certamente comerciantes encontrarão dificuldades” neste retorno, mas ainda não comentou sobre uma data para a reabertura.