Área Metropolitana de Lisboa "infelizmente" com reaberturas adiadas
O Conselho de Ministros decidiu, esta sexta-feira, adiar na Área Metropolitana de Lisboa a passagem à "fase três" do desconfinamento. Isto porque, explicou António Costa, "infelizmente, a evolução" da pandemia nesta região distingue-se significativamente" das outras regiões do país.
by Ana LemosNo anúncio das medidas para a terceira, e última fase, do desconfinamento, o primeiro-ministro António Costa confirmou o que já se previa. Devido ao "número elevado de focos de infeção" na Região de Lisboa e Vale do Tejo, nos últimos dias, o Conselho de Ministros decidiu adiar nesta região "a passagem a esta fase três".
Sublinhando que Alentejo, Algarve, Norte e Centro "têm tido um nível de evolução essencialmente estável", com um "forte decréscimo de incidência", António Costa contrapôs que a região de Lisboa e Vale do Tejo "tem tido um aumento muito significativo do número de casos" de covid-19. O que não quer dizer, vincou, que estejamos perante "uma situação, de forma alguma, de descontrolo".
Neste sentido, o chefe do Governo justificou que, "infelizmente, a evolução" nesta região distingue-se significativamente" das outras regiões do país, lembrando que sempre disse que "não teria qualquer vergonha de ter que adiar ou dar um passo atrás se fosse necessário". E é o que vai acontecer no próximo dia 1 de junho.
A primeira restrição que será adiada é "a regra de ajuntamentos" que na região de Lisboa será limitada a "ajuntamentos de 10 pessoas", enquanto nas restantes regiões do país será alargada para 20 pessoas.
Será também aplicado um reforço na vigilância epidemiológica em "dois tipos de atividade" que concentram "um elevado número de focos de infeção": obras de construção civil e em setores de "trabalho temporário". Nestes setores de atividade será imposta uma "limitação em veículos privados de transporte de passageiros" que não poderão circular com "uma lotação superior a 2/3" ocupantes e nos quais será "obrigatório o uso de máscara".
Além disso, e até 4 de junho "permanecerão encerrados os centros comerciais" e as Lojas do Cidadão na Área Metropolitana de Lisboa. Também fechadas permanecerão, "por decisão camarária", as lojas com mais de 400 metros quadrados e as feiras.
"Neste fim de semana, nenhuma desta feiras está afetada. Pedimos a todos que se desloquem às feiras e aos feirantes particulares cautelas nos afastamentos e nas normas de proteção individual, para evitar que o ajuntamento de pessoas seja um fator de disseminação da pandemia", afirmou António Costa.
De acordo com o primeiro-ministro, na próxima semana será feita uma "nova avaliação" dos focos ativos na região de Lisboa e Vale do Tejo para perceber se estas restrições - hoje anunciadas - se manterão ou não. O objetivo é "permitir que estas atividades que estavam agora [a 1 de junho] para entrar em atividade possa vir a fazê-lo", afirmou Costa.
Centros comerciais fechados até 4 de junho
"Temos também consciência de que muitos lojistas ou profissionais da restauração tinham tudo preparado para reabrir a sua atividade dentro dos centros comerciais [da Área Metropolitana de Lisboa] na próxima segunda-feira e por isso não queremos manter por um período de incerteza excessivo aquilo que é uma frustração seguramente para todos que pensavam abrir segunda-feira e que não vão abrir", explicou António Costa.
Por este motivo, o Governo decidiu não adiar esta questão por 15 dias, mas sim "reavaliar na próxima quinta-feira, dia 4, no próximo Conselho de Ministros", se há ou não "condições para permitir a reabertura", avançou o primeiro-ministro.
"Porque é que fixamos este período de uma semana? Porque vamos fazer um esforço muito grande para que todo o esforço de testagem e despistagem dos focos que temos vindo a verificar associados à construção civil e associados ao trabalho temporário", justificou.
Assim, de acordo com António Costa, daqui a uma semana já será possível "ter resultados até à próxima quinta-feira" e nessa altura "conseguir identificar melhor as cadeias de transmissão, proceder ao isolamento dos casos de pessoas infetadas que têm de ser isoladas, do isolamento das pessoas que com eles estão em contacto regular e que devem também ser sujeitos a confinamento obrigatório".
"Contendo na fonte o risco de pandemia, podemos então na quinta-feira autorizar aquilo que agora adiamos que não se possa concretizar já nesta segunda-feira", antecipou.
Saliente-se que, no resto do país, as lojas do cidadão reabrem já na próxima segunda-feira, por marcação prévia e com uso obrigatório de máscara. E, no mesmo dia, também no resto do país, reabrem as lojas com área superior a 400 metros quadrados, as lojas e restaurantes inseridos em centros comerciais e acaba a lotação máxima de 50%, mantendo o distanciamento mínimo de 1,5 metros.
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