https://www.otempo.com.br/image/contentid/policy:1.1976516:1551486357/image/image.jpg?f=3x2&w=1280&$p$f$w=0875bbb
EUA devem interromper exercícios militares conjuntos com Coreia do SulFoto: SCOTT OLSON / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

Entenda a briga de Donald Trump com o Twitter

Presidente dos Estados Unidos teve uma de suas publicações ocultada pelo Twitter e subiu o tom das críticas reclamando de censura e atentado contra a liberdade de expressão

by

A relação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o Twitter azedou de vez. Rede social preferida de Trump para se comunicar diretamente com mais de 80 milhões de pessoas - seja anunciar medidas do governo, transmitir discursos, rebater críticas ou provocar adversários - o Twitter escondeu nesta sexta-feira (29) uma publicação do presidente americano que considerou como “enaltecimento à violência”. 

Trump rebateu poucas horas depois usando a própria rede social para criticar ela mesma. “Twitter não está fazendo nada sobre todas as mentiras e propagandas colocadas pela China ou pelo Partido Radical Democrata. Eles atingem Republicanos, conservadores e o presidente dos Estados Unidos. A Seção 230 deve ser revogada pelo Congresso. Até lá, ele será regulado!”, escreveu Trump. 

Ele fez uma referência ao decreto que assinou nesta semana que alterou uma lei de 1996, chamada Communications Decency Act. A mudança em uma das seções da lei por meio de ordem executiva permite punições ao Facebook, Twitter, Google e outras redes sociais pela maneira como policiam o conteúdo online. 

A irritação do presidente surgiu após o Twitter direcionar nas últimas semanas usuários que visualizaram algumas de suas postagens para artigos de notícias que verificaram suas alegações, indicando que elas trazem conteúdos falsos. A medida foi entendida pela Casa Branca como uma forma de censura. 

Ao assinar o decreto que abre as portas para punições nas empresas das redes sociais, Trump afirmou que a medida é uma forma de “defender a liberdade de expressão de um dos maiores perigos”. 

Nesta semana, o CEO do Facebook,Mark Zuckerberg, entrou na briga que envolve chefes de Estado e gigantes do Vale do Silício e afirmou que as empresas de mídias sociais não deveriam se meter no conteúdo postado em suas plataformas. Segundo Zuckerberg, o papel de árbitro de disputas políticas não pode ficar a cargo das empresas. 

A decisão do Twitter de ocultar um dos tuítes de Trump sobre as manifestações em Minneapolis, onde um policial matou George Floyd já estava imobilizado ajoelhando sobre seu pescoço, pode aumentar ainda mais a tensão com a Casa Branca. 

No post, que só pode ser visto pelos usuários que clicarem em um aviso do Twitter que diz que a postagem violou as regras sobre enaltecimento à violência, Trump escreveu: “Esse bandidos estão desonrando a memória de George Floyd, e não vou deixar isso acontecer. Acabo de falar com o governador Tim Walz e falei com ele que os militares estão com ele até o fim. Qualquer dificuldade nós assumimos o controle mas, quando os saques começam, os tiros começam. Obrigado!”