Unidades de saúde têm dificuldade na compra de medicamentos para entubação

A pandemia de covid-19 pressiona cada vez mais os sistemas de saúde por todo o Brasil, e no Rio Grande do Norte não é diferente. Por conta do grande número de casos da doença e da alta demanda, medicamentos usados na entubação de pacientes mais graves da doença estão cada vez mais raros no mercado, dificultando o abastecimento nas unidades de saúde municipais e estaduais.
Créditos: Rovena Rosa/ABRMedicamentos usados para entubar pacientes estão ficando raros no mercado

http://arquivos.tribunadonorte.com.br/fotos/239313.jpg

Fornecedores já informaram atraso na entrega de medicamentos como Midazolam e Norepinefrina, de uso exclusivo dos hospitais e aplica-dos em pacientes que precisam ser entubados. Ainda não foi relatada a falta dos insumos, mas com o crescente número de pacientes entubados, responsáveis pela área da saúde não sabem informar até quando os estoques dos hospitais irão resistir.

“Por enquanto nós temos ainda. Pouco, mas temos. Porém no mercado nacional está em falta. A empresa que venceu a licitação ido estado já informou que vai atrasar o fornecimento dos medicamentos, porque na indústria não tem. A gente está correndo esse risco, nessa situa-ção, mas ainda não chegou a faltar. É lógico que se a gente não for abastecido nas próximas semanas, isso pode vir a complicar. Por enquanto estamos abastecidos, mas não sei até quando vamos conseguir manter esse abastecimento” revela o diretor da Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), Ralfo de Medeiros.

Em algumas unidades de saúde municipais, a situação é mais crítica. Na Unidade de Pronto Atendimento de Macaíba, região metropolitana de Natal, doações foram necessárias, já que pedidos feitos em fevereiro ainda não foram entregues e seguem sem perspectiva.

“O Midazolam 5mg, existem três pedidos realizados desde fevereiro. As empresas alegam não ter no mercado e por isso não estão fazendo a entrega de alguns medicamentos. Conseguimos uma doação de 500 ampolas que me salva por uns 20 dias, caso tenhamos uma situação crítica. A Norepinefrina, se precisar, é utilizado até 8 ampolas por dose, ainda temos 50 ampolas aqui, mas não é tão emergencial nesse momento. Esperamos que cheguem medicamentos na próxima semana” Afirma Elianderson Bezerra, coordenador farmacêutico e labora-torial da UPA de Macaíba.

Em Natal, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) também relatou dificuldades na compra dos insumos, mas que conseguiu distribuir os medicamentos para toda Rede de Urgência e Emergência. “Tudo relacionado ao tratamento da covid-19 está caro e raro, apesar das dificuldades Natal conseguiu comprar” informou a SMS por meio de sua assessoria de imprensa.