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Donald Trump com elementos da administração na Sala Oval.
© EPA/Doug Mills

Casa Branca republica mensagem ocultada pelo Twitter

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A conta oficial da administração Trump alega que a rede social utiliza dois pesos e duas medidas.

A Casa Branca envolveu-se no conflito entre o presidente e o Twitter, ao retuitar uma mensagem de Donald Trump que a rede social havia ocultado por violar as regras da plataforma.

Ao ocultar um tuite na quinta-feira à noite, por concluir que Trump havia promovido a "exaltação da violência", o Twitter deu um passo sem precedentes. O presidente dos Estados Unidos, ao escrever sobre os protestos contra a polícia de Minneapolis, chamou os manifestantes de " arruaceiros " e alertou para a intervenção militar.

"Quando começam os saques, começam os disparos", ameaçou Trump.

A conta oficial da Casa Branca republicou a mesma mensagem no Twitter. A resposta marcou uma nova escalada na disputa entre Twitter e Trump, que tem mais de 80 milhões de seguidores e usa a rede todos os dias para anunciar medidas, atacar adversários ou comentar notícias.

Mas não se ficou por aqui. Além de retuitar outras mensagens com críticas ao Twitter, pegou num exemplo de uma mensagens do guia supremo do Irão, no qual este elogia a jihad na Palestina.

"A luta para libertar a Palestina é a jihad segundo o caminho de Deus. A vitória em tal luta está garantida, porque a pessoa, mesmo que morta, receberá 'uma das duas coisas excelentes'. Além disso, os crimes contra a Palestina incomodam a consciência de qualquer pessoa e inspiram a oposição", escreveu Ali Khamenei há uma semana.

"Este tuite violou as regras do Twitter sobre glorificar a violência. Contudo, o Twitter concluiu que permitirá a terroristas, ditadores e propagandistas estrangeiros abusarem da sua plataforma", escreveu a Casa Branca.

Minutos depois, voltou à carga: "O presidente não exaltou a violência. Ele condenou-a claramente. Jack [Dorsey, administrador do Twitter] e os verificadores de factos de má-fé do Twitter deixaram claro: o Twitter não é uma plataforma, é um editor."

O diretor de redes sociais de Trump, Dan Scavino, teve a sua própria resposta, também publicada naquela rede social: "O Twitter está cheio de merda - cada vez mais pessoas estão a começar a entendê-lo", escreveu.

Este conflito teve início na terça-feira, na sequência de Trump não ter escondido a fúria pelo facto de aquela rede social ter assinalou duas mensagens com uma etiqueta de "verificação de factos" no rodapé das mensagens em questão, por considerar "infundadas" e "potencialmente enganosas" as afirmações de Trump relacionadas com o voto por correspondência naquele país.

O alerta do Twitter ocorreu depois de Trump ter difundido afirmações em que assegurava que o voto por correspondência nas presidenciais de novembro nos Estados Unidos pode ter consequências fraudulentas.

Na sequência da decisão do Twitter de assinalar essas primeiras mensagens do Presidente, Trump ameaçou "regular" ou "fechar" as redes sociais.

Depois acabou por assinar uma ordem executiva na Sala Oval, na tentativa de transformar a forma como as redes sociais são reguladas.