Mulheres usam hashtag #ExposedBelohorizonte e expõem abusos sexuais no Twitter

A hashtag ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter entre esta quinta e sexta-feira (29)

Mulheres que sofreram abuso sexual em Belo Horizonte e em outras cidades do Brasil usaram a rede social Twitter para denunciar os crimes na noite dessa quinta-feira (28). Vários relatos surgiram na rede com  hashtag #ExposedBelohorizonte e da mesma forma #Exposed mais o nome das outras cidades. A hashtag ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter, entrando para os Trends, entre esta quinta e sexta-feira (29).

A palavra “exposed” vem do inglês e significa “exposto”. Há tempos essa hashtag tem sido utilizada para denunciar os crimes contra as mulheres em várias partes do mundo e nesta quinta ganhou o Brasil. 

“A nossa voz tem força!!! Estou muito feliz que muitas meninas tenham se encorajado, não merecemos morrer com isso entalado na garganta #ExposedBeloHorizonte nos trends Brasil”, escreveu uma usuária.

Nas postagens, várias mulheres fizeram os relatos em forma de textos, expuseram abusos por meio de conversas de WhatsApp e até mesmo fotos de agressão.

Em um dos relatos uma jovem mostra uma conversa do WhatsApp em que conta para uma amiga que o namorado queria fazer sexo e ela não queria. Ela disse que, se não fizesse o que ele queria, o suspeito a agrediria. “Vou procurar relacionamento abusivo no Google e marcar o que ele faz”, escreveu para a amiga. O episódio aconteceu há mais de um ano, mas a vítima disse que até hoje guarda traumas do ocorrido.

Muitos dos abusos relatados dão conta de crimes cometidos em casa por padrastos, irmãos e primos. Alguns foram na infância, e outros são mais recentes. O que a maioria dos casos tem em comum é que as vítimas dizem que não tinham coragem de falar sobre os abusos, mas que a hashtag fez com que elas tivessem coragem de expor os fatos.  

Em 2020 já foram registrados em Minas Gerais, entre janeiro e abril, 49.024 casos de violência doméstica. Em 2019 foram 52.264 e em 2018 49.390 registros no mesmo período. Em relação aos estupros, em 2020 já foram 289 registros desse crime.