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Foto: REUTERS/Maxim Shemetov

Ativistas detidos na Rússia em protesto contra prisão de jornalista

Na terça-feira, Ilya Azar dirigiu-se à sede da esquadra da polícia em protesto pela detenção de um outro colega, conhecido pelo seu trabalho sobre violações da lei pelas forças da ordem. Azar acabou detido por 15 dias por protesto solitário.

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Pelo menos 25 manifestantes foram detidos, esta sexta-feira, pela polícia em Moscovo e São Petersburgo, em violação das restrições em vigor devido ao coronavírus, quando protestavam contra a detenção de um conhecido jornalista, referiu o grupo de direitos humanos OVD-Info.

Um membro da assembleia municipal de Moscovo, diversos jornalistas e ativistas encontram-se entre os detidos. Três pessoas foram libertadas e as restantes encaminhadas para esquadras da polícia, indicou a agência noticiosa Associated Press (AP).

Os ativistas protestavam contra a prisão do jornalista Ilya Azar, condenado a 15 dias de prisão na quinta-feira, também por ter promovido um protesto solitário, apesar das medidas de confinamento.

Moscovo proibiu "acontecimentos públicos de massas" para conter a pandemia da covid-19. Na terça-feira, Azar dirigiu-se à sede da esquadra da polícia em protesto pela detenção de Vladimir Vorontsov, conhecido pelo seu trabalho sobre violações da lei pelas forças da ordem, mas perseguido por acusações que considera terem sido fabricadas.

As manifestações solitárias são uma forma habitual de protesto na Rússia, por não necessitarem de autorização prévia e geralmente sem serem reprimidas.

A detenção de Ilya Azar suscitou uma imediata reação de jornalistas e ativistas da oposição. Na quinta-feira, 13 pessoas foram detidas por protestos junto das instalações policiais.

A Amnistia Internacional (AI), a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e o Conselho presidencial de direitos humanos da Rússia condenaram as detenções e exortaram as autoridades a libertarem dos manifestantes.

Os ativistas argumentaram que o protesto, que envolvia uma pessoa, depois substituída por outra, não pode ser considerado como "acontecimentos públicos de massas", e deve ser permitido.

Indicaram ainda pretender manter os piquetes em apoio a Azar, apesar dos avisos da polícia sobre a proibição de eventos públicos.