Justiça mantém prisão preventiva de suspeitos de sequestrarem empresário
by Ana Carla VieiraO juiz Carlos Henrique Pita Duarte, da 3ª Vara Criminal da Capital, decidiu manter a prisão preventiva dos suspeitos de sequestrarem o empresário alagoano Rodrigo Bueno. Ele foi resgatado pela Polícia Militar dentro de um quarto de motel, no último domingo (24).
Carlos Valério Gonçalves de Amaral e Igor Ferreira Coimbra foram presos em flagrante delito pelo cometimento do crime de extorsão mediante sequestro.
Na decisão, o juiz negou o pedido de liberdade provisória e a mudança do tipo de crime, solicitada pela defesa dos acusados. 'A defesa fundamenta seu pedido na desclassificação do crime por outrafigura típica, visto que no crime de extorsão mediante sequestro se faz necessário a presença do especial fim de agir, 'caracterizado pela finalidade de obter vatagem indevida', visto que a vítima, o sr. Rodrigo Bueno, na realidade, praticou crime de estelionato em desfavor de um dos autuados, e que em razão da dívida constituída, ambos os autores apreendidos buscavam reaver o valor obtido de forma ilícita pela suposta vítima”, diz a decisão.
"Em análise dos autos fica evidente a impossibilidade da desclassificação pleiteada pela defesa dos autuados, uma vez que não fora sequer concluído o Inquérito Policial", complementa o juiz na decisão.
Momentos depois da prisão, em depoimento à Polícia, os suspeitos alegaram, que queriam cobrar uma suposta dívida de R$ 250 mil acumulada após um investimento feito pela vítima na bolsa de valores.
Empresário relata detalhes
Na última quarta-feira (29), o empresário Rodrigo Bueno emitiu uma nota de esclarecimento, negando ter dívida com os acusados e relatando detalhes do crime que começou no bairro do Trapiche da Barra, em Maceió.
Bueno afirmou que, após ser amordaçado, foi ameaçado e que chegou a ver vídeos do dia a dia do próprio filho, exibidos pelos sequestradores como forma de tortura e pressão psicológica.
"No local, eu fui amordaçado com fita adesiva, algemado e colocado engasga gato no meu braço esquerdo, o qual o sequestrador me avisou que eu tinha poucos minutos de vida, pois meu coração iria parar. Foi aí que deu início a uma sessão de tortura, mostrou inclusive vídeos do dia a dia do meu filho, e após isso houve a tentativa de extorsão sendo apontada uma arma a todo momento em direção a minha cabeça. Durante todo esse tempo, ele pedia uma quantia de 250 mil reais", detalhou.
"Não há nenhuma dívida em meu nome, fato que esclareci ao delegado em meu depoimento o qual prestei na presença de meus advogados, César Filho, André Dantas e Pedro Andrade, disponibilizei provas ao Delegado da Polícia Civil através de cópias dos comprovantes de transferência depositados aos acusados, além de ter disponibilizado meu celular para fazer perícia, caso o delegado achasse interessante, além dos comprovantes de transferência, os quais comprovam que não há dívidas, pois tenho tanto os comprovantes dos valores que recebi, quanto os comprovantes dos valores que eu repassei ao acusado, agindo de maneira transparente e idônea para investigação e apuração dos fatos, pois eu fui vítima de um crime terrível, sem motivos", afirmou o empresário em nota.