Sexta morte é registrada na Cadeia de Altos e Sejus espera laudo final
Foto: Sejus
A Cadeia Pública de Altos registrou a sexta morte de detento por infecção com causa ainda não identificada. Adriano Paes da Silva foi o primeiro a ser internado com a doença no início do mês de maio e faleceu nesta quinta-feira (28), um dia após ele não se encontrar mais em custódia do estado.
A família da vítima pede a realização de exame cadavérico para que a causa da morte possa ser identificada. De acordo com o advogado da família, Marcelo Pio, sem o prontuário médico, que deve ser liberado pelo Hospital de Urgência de Teresina (HUT), não é possível realizar o exame cadavérico e descobrir as causas da doença. O detento não estava mais sobre a custódia do estado e estava internado desde o início do mês.
“Ele foi o primeiro detento a ser internado com essa infecção. No dia 28 de abril eu fui procurado pela família que tinha participado de uma videoconferência com ele e constatado que estava em cadeiras de rodas. Tomamos as medidas cabíveis e foi revogada a prisão preventiva. Ele foi levado para o médico, um neurocirurgião, que sugeriu que ele estava com a síndrome de Guillain-Barré. E fez encaminhamento para que fosse internado no HUT. No dia 06 de miao deu entrada e de lá para cá o quadro só se agravou e ele faleceu ontem. Estamos tentando fazer o exame cadavérico. Não conseguimos. O HUT se nega a mandar a cópia do prontuário para o IML. Para fazer o exame, é preciso a cópia do prontuário”, afirmou o advogado.
O diretor da Assessoria Militar da Secretaria de Justiça do Piauí, Luís Pitombeira, afirma que há a suspeita de que a causa da infecção dos presos possa ser leptospirose. Segundo ele, a secretaria espera o laudo final para identificar a causa das mortes. Há quatro dias não há registro de internações de novos presos infectados.
“Medidas são tomadas de forma paralela. A primeira determinação é tratar os presos que estão apresentando esses sintomas. Já temos alguns resultados. Por cota disso, já temos nove presos que já tiveram alta, alvará e prisão domiciliar. Há mais de quatro dias não temos mais presos encaminhados para tratamento no hospital. Paralelo a esse trabalho de cuidado, trabalhamos as hipóteses das causas. Temos relatórios subscritor que indicam leptospirose e hepatite. Além disso, trabalhamos para identificar as formas de contaminação. Todos trabalho preventivo é realizado”, disse.
A Defensoria Pública do Piauí pede a interdição parceia da cadeia de Altos. A diretoria Criminal da Defensoria, Viviane Setúbal, diz que a situação é inaceitável.
“A Defensoria acompanha todos os fatos desde o início e pede todas as informações à Secretaria de Justiça. Foi aberto um procedimento de apuração de dano coletivo, diligente, acompanhando todos os fatos. Queremos informar a população que é inadmissível que um problema dessa natureza ocorra dentro da unidade prisional. Não podemos transigir com os direitos dos internos. Um dos pedidos é esvaziar a unidade prisional. Apesar de algumas medidas, as mortes continuam. A situação é muito grave”, comentou.
Lídia Brito
Com informações do Jornal do Paiuí