Doria cede, divide Grande São Paulo em microrregiões e abre caminho para ampliar flexibilização

Depois de enfrentar forte pressão de prefeitos de cidades da região metropolitana de São Paulo, João Doria cedeu e anunciou nesta sexta-feira novas mudanças no plano de reabertura gradativa da economia do estado em meio à epidemia de Covid-19.

A partir de agora, a região — que tem cerca de 22 milhões de habitantes — será subdividida em cinco microrregiões (além da própria capital paulista).

Com a alteração, algumas cidades poderão reabrir, gradativamente, alguns setores do comércio a partir do mês que vem.

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Até então, a região metropolitana havia sido dividida em apenas duas áreas — a capital e os outros 38 municípios. E somente a cidade de São Paulo havia sido classificada na chamada “fase 2” — que permite a reabertura gradual de alguns setores econômicos.

Agora essas cidades terão de se organizar nas microrregiões e apresentar seus próprios projetos de reabertura, por fases, seguindo os moldes daquele divulgado pelo governo estadual. Depois disso, poderão avançar para as fases seguintes da reabertura, dependendo dos projetos e dos dados de cada uma delas.

Houve muita reclamação por parte de prefeitos da Grande São Paulo, que pediam que suas cidades fossem classificadas na mesma fase atribuída à capital.

Doria negou que tenha cedido às pressões. “Isso foi feito não para afrouxar [a quarentena], mas para ajustar. Aqui não tem pressão, mas diálogo”, afirmou. “Devido ao tamanho e complexidade, além da capacidade e disposição dos prefeitos, cada uma dessas cinco regiões será avaliada individualmente. Com essa divisão, será possível ter uma análise ainda mais precisa de critérios técnicos de saúde para classificação apropriada de fases de retomada consciente na região metropolitana.”

O secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, afirmou que ainda não há previsão de migração dos municípios da Grande São Paulo para as novas fases do plano.

“Dialogamos com cada um dos prefeitos, explicando a necessidade do aumento da capacidade hospitalar dessas regiões. É esse o índice que a região metropolitana deve melhorar para avançar para a próxima fase. Fica muito claro que o trabalho em conjunto de aumento de leitos é fundamental para que a gente possa, com segurança, fazer essa retomada consciente.”

E, assim, o estado de São Paulo vai reabrindo cada vez mais — mesmo tendo registrado ontem o recorde diário no número de casos de Covid-19.

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