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Última ação ocorreu na noite de quinta-feira na vila Gaúcha, conhecida como Buraco Quente, no morro Santa Tereza.Foto: Polícia Civil / Divulgação / CP

Polícia Civil esclarece oito mortes de integrantes de uma mesma facção pelos rivais em Porto Alegre

Execuções ocorreram em 36 horas no início deste mês e estão ligadas a um conflito iniciado em fevereiro deste ano

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A Polícia Civil anunciou na manhã desta sexta-feira o balanço da primeira fase operação Maio Vermelho que mobilizou a 1ª DPHPP, 3ªDPHPP, 4ªDPHPP e a 5ªDPHPP em Porto Alegre. A última das ações ocorreu na noite dessa quinta-feira na vila Gaúcha, conhecida como Buraco Quente, no morro Santa Tereza. A diretora do Delegacias do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), delegada Vanessa Pitrez, esclareceu que o objetivo foi investigar e elucidar oito homicídios praticados nos dias 2 e 3 deste mês nos bairros São José, Lomba do Pinheiro, Mário Quintana, Bom Jesus, Guarujá e Vila Nova. As execuções estão ligadas ao novo conflito surgido neste ano entre duas facções criminosas, sendo uma sediada no bairro Bom Jesus e outra no bairro Santa Tereza, mais precisamente na vila Cruzeiro do Sul.

Os líderes que emitiram as ordens dos respectivos grupos encontram-se recolhidos no sistema prisional. “Até o momento já foram identificados sete suspeitos e presos dois dos principais envolvidos nos crimes”, salientou a delegada Vanessa Pitrez. “Esperamos que as ações devem uma arrefecida neste disputa e uma certa tranquilidade”, acrescentou o Subchefe de Polícia Civil, delegado Fábio Lopes.

O conflito originou-se no dia 2 de fevereiro deste ano quando um bebê de um ano foi morto e dois casais ficaram feridos ao serem baleados por atiradores em um veículo. O ataque ocorreu na rua Paulino Azurenha, na vila Maria da Conceição, no bairro Partenon. A criança estava no colo da mãe e foi atingida junto. A delegada Vanessa Pitrez disse que o crime acionou um alerta na Polícia Civil. Ela lembrou inclusive que, em abril passado, ocorreu outra ataque parecido também na vila Maria da Conceição, com jovens sem qualquer envolvimento com o crime sendo alvejados. “A disputa não estava restrita a execuções planejadas de rivais, mas também uma demonstração de poder de uma facção sobre a outra, muitas vezes escolhendo vítimas sem envolvimento com o crime”, frisou.

A diretora do DPHPP esclareceu ainda que as oito mortes ocorridas no início deste mês em vários bairros apontaram para dois criminosos que já tinham participado de uma tentativa de dupla execução em abril na vila São Borja. “Eles seriam os principais executores e orquestradores das oito mortes de ‘soldados’ de uma mesma facção ocorridas em 36 horas”, salientou a delegada Vanessa Pitrez, citando que ambos estão presos agora.

As investigações, inclusive com troca de informações com a Brigada Militar, foram intensificadas com identificação de possíveis áreas em que ocorreriam os revides, sendo reforçado o policiamento ostensivo da BM diariamente nestas regiões como medida preventiva. “Impedimos novas mortes”, ressaltou. O trabalho investigativo terá prosseguimento “em busca de mais envolvidos”.