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Hospital Militar do Porto.
© Pedro Correia/Global Imagens

350 novos casos de covid-19. É o pior registo dos últimos 21 dias

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Região de Lisboa e Vale do Tejo tem 92% dos novos casos. Foram ainda registadas mais 14 vítimas mortais no país hoje, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde.

Em Portugal, nas últimas 24 horas, morreram mais 14 pessoas e foram confirmados mais 350 casos de covid-19 (um aumento de 1,1% em relação ao dia anterior). É a maior subida de novos infetados dos últimos 21 dias, sendo preciso recuar a 8 de maio para encontrar um crescimento mais acentuado (553 casos). Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), desta sexta-feira (29 de maio), no total, desde que a pandemia começou registaram-se 31 946 infetados, 18 911 recuperados (mais 274) e 1 383 vítimas mortais no país.

Desde o dia 24 de maio que o número de novas infeções tem estado a subir, principalmente, na região de Lisboa e Vale do Tejo, responsável por 92% das notificações do último dia. Ou seja, só 27 dos 350 novos casos não estão localizados na Grande Lisboa. Os restantes distribuem-se, respetivamente, pelo Centro (mais 18 casos), pelo Norte (mais sete) e pelo Alentejo (mais dois). Sul, Açores e Madeira não tiveram qualquer alteração nos seus resultados epidemiológicos nas últimas horas.

Quanto às novas mortes (14), estas dividem-se pelo Norte (oito) e por Lisboa e Vale do Tejo (seis). A taxa de letalidade global do país é agora de 4,3%, aumentando para 16,9% no caso das pessoas acima dos 70 anos - as principais vítimas mortais. Dos 1 383 óbitos totais, 49,2% são homens e 50,8% mulheres.

Esta sexta-feira, estão internados 529 doentes (mais 17 que ontem), sendo que destes 66 encontram-se nos cuidados intensivos (mais um). A receber tratamento em casa estão 34,8% do total de infetados portugueses.

O boletim da DGS indica ainda que aguardam resultados laboratoriais 1568 pessoas e estão em vigilância pelas autoridades de saúde mais de 27 mil. O sintoma mais comum entre os infetados é a tosse (que afeta 40% dos doentes), seguida da febre (29%) e de dores musculares (21%).

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"Estamos prestes a entrar na terceira fase do desconfinamento. O que nos compromete a todos. A nossa liberdade é diretamente proporcional à nossa responsabilidade. Continuamos a testar mais. Desde um de março, foram realizados mais de 796 mil testes de despiste covid-19, com 7% de amostras positivas", disse o secretário de estado da Saúde, António Lacerda Sales, em conferência de imprensa.

4 400 casos ativos na Grande Lisboa

Nos últimos dias, a zona metropolitana de Lisboa tem estado no centro das preocupações relacionadas com a pandemia, apesar das autoridades de saúde garantirem que a situação epidemiológica está controlada. Em conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde explicou que há, neste momento, cerca de 4 400 casos ativos nesta região, sendo que existem já 5700 outras pessoas dadas como curadas.

Graça Freitas esclareceu ainda que, na região, há seis focos de doença em obras, que abrangem cerca de 130 doentes. 340 casos identificados em empresas, sendo o surto principal na Sonae da Azambuja, onde há pelo menos 175 pessoas infetadas. Os restantes contágios estão relacionados com transmissão em lares, bairros sociais e contaminação esporádica. "É uma situação multivariada", diz a responsável pela DGS.

Desde o início da pandemia, Lisboa e Vale do Tejo recebeu um reforço de 580 profissionais de saúde das cerca de três mil contratações feitas em todo o país, avançou o secretário de estado da Saúde. Trata-se de 41 médicos, 149 enfermeiros, 66 técnicos superiores de diagnostico e terapêutica, 66 assistentes operacionais, 32 assistentes técnicos, entre outros, concretizou o governante.

DGS e Marcelo pedem mais atenção aos jovens. "Há de facto uma tendência para aliviar o comportamento"

O apelo começou a ser feito nos primeiros tempos de pandemia, pela DGS, pela Organização Mundial de Saúde, pela classe política, depois ficou subentendido. Mas agora é reforçado: Graça Freitas relembra a todos os jovens que têm de ter cuidado, porque apesar de não terem "tendência para doença grave, isto não é uma constipação". E existe ainda a possibilidade de serem veiculo de transmissão para a população de risco e para as suas famílias.

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Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, em conferência de imprensa esta sexta-feira.
© MIGUEL A. LOPES/LUSA

O recado já tinha sido deixado pelo Presidente da República, esta manhã, em entrevista à rádio Renascença. Marcelo Recebo de Sousa pediu aos mais novos para pensarem que "têm avós, têm pais e têm tios" e comportar-se tendo em conta "o risco social dos outros".

"Há de facto tendência para aliviar o comportamento", admitiu a diretora-geral da Saúde. Por isso, relembra o essencial: é preciso evitar o contacto próximo, utilizar máscara e respeitar as medidas de higiene e etiqueta respiratória.

362 mil mortes por covid em todo o mundo

O novo coronavírus já infetou mais de 5,9 milhões de pessoas no mundo inteiro, até esta sexta-feira às 10:00, segundo dados oficiais. Há agora 2,5 milhões recuperados e 362 555 mortes a registar.

Os Estados Unidos da América são o país com a maior concentração de casos (1 768 608) e de mortes (103 344). Em termos de número de infetados, seguem-se o Brasil (438 812) e a Rússia (387 623). Portugal surge em 28.º lugar nesta tabela.

Quanto aos óbitos, depois dos Estados Unidos, o Reino Unido é a nação com mais mortes declaradas (37 837). Seguem-se Itália (33 142), e França (28 662).