Ex-Vasco e Corinthians e ídolo do Nacional-URU, Célio Taveira morre na Paraíba, vítima de Covid-19
Ex-jogador estava internado desde o último sábado com o quadro do novo coronavírus. No futebol, o jogador se destacou com a camisa vascaína e é ídolo do clube da capital uruguaia
Divulgação / Nacional-URU
Morreu na madrugada desta sexta-feira o ex-atacante Célio Taveira. Nome que se destacou com a camisa do Vasco, passou pelo Corinthians e brilhou pelo Nacional de Montevidéu, ele estava internado desde o último sábado com um quadro de Covid-19 e acabou não resistindo. O ex-jogador é, até hoje, o terceiro artilheiro brasileiro da Libertadores.
Célio Taveira brilhou com a camisa do Nacional-URU — Foto: Divulgação / Nacional-URU
Célio tinha 79 anos e estava internado em um hospital em João Pessoa, onde morava desde o fim da década de 1970, após encerrar a sua carreira. Na capital paraibana, o ex-jogador virou empresário e também foi comentarista esportivo de rádio.
Célio Taveira Filho nasceu em Santos em 16 de outubro de 1940. Foi pela Portuguesa Santista que ele iniciou a sua carreira no futebol. De lá, passou pelo Campinas-SP, depois pelo Jabaquara-SP, até ser contratado pelo Vasco no ano de 1963. Pelo Cruzmaltino, marcou 100 gols, sendo o 16º artilheiro da história do clube, e foi eleito o craque da equipe nos anos de 1963, 1965 e 1966. Além disso, conquistou o Torneio Rio-São Paulo de 1966.
O bom desempenho na equipe vascaína o fez ser convocado pelo técnico Vicente Feola para um período de treinamentos com a Seleção Brasileira. Apesar disso, ele não esteve na lista final que foi para a Inglaterra no Mundial de 1966, sendo o último atleta a ser cortado da equipe que disputou a competição. Para muitos, a não convocação de Célio para a Copa do Mundo daquele ano foi considerada injusta.
No fim da década de 1960 e início de 1970, Célio defendeu com êxito o Nacional de Montevidéu. No clube uruguaio, teve sucesso absoluto, marcando 22 gols em disputas na Libertadores. Até hoje, ele é o terceiro maior artilheiro brasileiro na competição, ficando atrás apenas de Luizão, que tem 25, e Palhinha, autor de 29 gols. Na equipe da capital do Uruguai, ele atuou ao lado do goleiro brasileiro Manga. Ambos costumam ser lembrados e homenageados pelo clube.
Célio Taveira posa ao lado de Pelé — Foto: Acervo pessoal / Célio Taveira
Foram quatro anos vestindo a camisa do clube uruguaio. Após um período de adaptação, ele conseguiu vingar, emplacando bons anos pelo time de Montevidéu.
Depois do Nacional-URU, Célio voltou ao Brasil para jogar no Corinthians, isso já na década de 1970. No clube do Parque São Jorge, foram 26 jogos, marcando quatro gols e não repetindo o sucesso dos tempos de Vasco e Nacional-URU. No entanto, conseguiu fazer alguns bons jogos. O problema, na verdade, foi uma lesão na clavícula em um choque com Rivelino num treino, que acabou colocando um ponto final na sua carreira aos 32 anos.
Com a carreira interrompida, Célio deixou o Sudeste e rumou para João Pessoa a convite de um cunhado. Na capital paraibana desde 1979, ele abriu uma empresa de embalagens para exportação de frutas. Durante anos, forneceu o seu produto para vários lugares do mundo, incluindo para o Uruguai, onde é ídolo. Célio Taveira deixa quatro filhos, oito netos e dois bisnetos.
*Com a colaboração de Izabel Rodrigues.
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