Valença e Tui exigem reabertura das fronteiras do Minho
by Ana Peixoto FernandesOs autarcas da Eurocidade Valença-Tui, Manuel Lopes e Enrique Cabaleiro, fizeram na manhã desta sexta-feira uma ação junto à antiga ponte que liga as duas cidades para reclamar a reabertura das fronteiras do Minho.
Em prol da reativação da economia local e da mobilidade dos trabalhadores transfronteiriços, que diariamente demoram horas para chegar aos postos de trabalho, quando o fazem num curto espaço de tempo com a fronteira aberta.
O alcalde galego Enrique Cabaleiro declarou que a ação desta manhã "é um pedido de socorro" aos governos de Portugal e Espanha, para uma situação "angustiante" que está a causar "um prejuízo grave ao conjunto da economia". E que "está a levar a que muitos dos trabalhadores fronteiriços tenham de renunciar aos seus postos de trabalho". "Manter um único atravessamento fronteiriço aberto está a provocar muita disfunção, filas e problemas de mobilidade de pessoas e veículos. É um handicap que nos impede avançar com a recuperação económica", disse.
Manuel Lopes foi contundente na reclamação aos governos português e espanhol para que se reabram as fronteiras do Minho. "Serão os nossos governantes responsabilizados na sua totalidade pela perda de emprego dos trabalhadores transfronteiriços, pelas perdas económicas que tem devastado famílias nas industrias e no comércio", acusou.
"Para bem de Portugal e de Espanha, para uma Galiza e um Norte de Portugal melhores e para que Tui e Valença continuem de mãos dadas, para que as nossas economias retomem uma recuperação e um crescimento, abram as fronteiras". O autarca de Valença criticou ainda a medida de reabertura prevista de algumas fronteiras noutras zonas do país, em detrimento das minhotas.
Recorde-se que as fronteiras entre Portugal e Espanha estão encerradas desde 16 de março. Segundo o autarca de Tui a fronteira entre aquela cidade e Valença, é "a mais movimentada" de todas, sendo atravessada diariamente por cerca de 15500 automóveis (números de 2019).