Caged: Paracatu está em segundo lugar no país em saldo positivo de empregos
Agronegócio é o que tem salvado os empregos na cidade do Noroeste de Minas; só no mês de abril, 752 novos postos de trabalho vieram desse setor
by Paula CouraNa contramão da crise, Paracatu, no Noroeste de Minas, tem conseguido gerar empregos formais. Segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, entre os meses de janeiro e abril deste ano, o município foi o segundo do Brasil com mais contratações de carteira assinada: 2.861pessoas ganharam uma vaga de trabalho.
E a salvação desse índice positivo pode ter vindo do campo. Segundo o economista da Fecomércio Guilherme Almeida, em todo o Estado, o setor do agronegócio foi o único que não apresentou demissões nos postos de trabalho. Em Paracatu, não foi diferente. Só no mês de abril, dos 815 novos empregos gerados na cidade, 752 vieram do setor agro. No acumulado do ano, esse número chegou a quase 2.000 novos postos.
“Em Minas, mesmo com a pandemia, não deixamos de exportar alimentos. Além disso, a demanda dos sacolões, dos supermercados permanece, mesmo com o isolamento social”, afirma Almeida.
Veja a lista das cidades com mais empregos de carteira assinada entre janeiro e abril de 2020 conforme dados do Caged:
Venâncio Aires (RS): +3.549 vagas
Paracatu (MG): +2.861 vagas
Santa Cruz do Sul (RS): +2.667 vagas
Pontal (SP): +2.183 vagas
Chapecó (SC): +1.554 vagas
Vista Alegre do Alto (SP): +1.491 vagas
Rio Branco (AC): + 1.471 vagas
Santa Rita do Passa Quatro (SP): + 1.434 vagas
Rio Verde (GO): +1.380 vagas
Pitangueiras (SP): +1.379 vagas
Matelândia (PR): +1.299 vagas
Toledo (PR): +1.274 vagas
Vacaria (RS): +1.253 vagas
Cristalina (GO): +1.165 vagas
Castilho (SP): +1.139 vagas
Parauapebas (PA): +1.120 vagas
Ortigueira (PR): +1.064 vagas
Mariana (MG): +1.039 vagas
Brasil e Minas
No Brasil e em Minas, em abril, em comparação com o mesmo período de 2019, houve uma grande queda do número de empregos. Em todo o país, foram fechados 850.503 postos de trabalho. O saldo foi resultado de 598.596 admissões e 1.459.099 demissões ao longo do último mês.
O Estado de São Paulo teve o pior desempenho, com o fechamento de 260.902 vagas. Em seguida aparece Minas Gerais (-88.298), Rio de Janeiro (-83.626) e Rio Grande do Sul (-74.686).
Segundo o professor de economia da UFMG Mário Rodarte, a grande queda de postos de trabalho vem de setores ligados ao comércio e se deve a alguns fatores. As pessoas deixaram de ir às compras, muito em função do isolamento social e, com isso, muitas empresas fecharam as portas e demitiram seus funcionários. Além disso, muita gente só tem comprado itens essenciais. “Mesmo que as pessoas tenham seus empregos mantidos, elas vai ficar reticente de fazer compras. Ela vai diminuir o seu consumo”, ponderou, dizendo que só as compras online não foram suficientes para dar um bom número ao setor.
Em Belo Horizonte, por exemplo, 25.939 postos de trabalho foram fechados só no acumulado do ano. Destes, mais de 13 mil aconteceram só no setor de comércio. “Na capital, por exemplo, não temos essa predominância do setor agro e sim de setores comerciais. Vale ressaltar que as famílias tiveram queda na renda, suspensão de trabalho e as pessoas pararam de comprar porque muitas lojas estão com portas fechadas, o que elevou uma queda de quase 100% do faturamento”, disse Guilherme Almeida.
Como sair da crise:
Ainda há esperanças. Para quem viu drasticamente a renda cair na pandemia a dica é investir em novos modelos de negócio. Vendas online e um bom sistema de entrega podem ajudar. “Ter uma presença nas redes sociais, com venda direta ou apenas para deixar a marca na mente do consumidor, ou ter uma plataforma própria, com marketplace”, oriente o economista da Fecomércio.