Oposição na Suécia quer inquérito a gestão da pandemia pelo Governo

Prepare-se para um fim-de-semana nublado na Madeira

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Foto EPA

Os dois maiores partidos da oposição suecos pediram hoje a criação de uma comissão independente para investigar a polémica resposta do Governo à pandemia de covid-19.

O Governo sueco adotou uma estratégia mais “relaxada” de abordagem à pandemia, nunca tendo imposto um confinamento total à população, dizendo confiar no comportamento cívico dos cidadãos e nos efeitos de contaminação em grupo, mas o número de mortos atualmente é muito mais elevado do que nos países vizinhos, o que levantou críticas na sociedade.

O primeiro-ministro, o social-democrata Stefan Lofven, manifestou apoio à criação desta comissão, em várias ocasiões, mas prefere que ela apenas funcione depois do fim da pandemia.

“Muitas pessoas concordam connosco em que esta (comissão) deve ser criada o mais rápido possível e que não devemos esperar até que a crise acabe”, respondeu, Ulf Kristersson, líder do partido Moderado (conservador).

O sistema mais flexível do que em outros Estados europeus aplicado perante a disseminação do novo coronavírus deu origem a um amplo consenso político na Suécia, mas a maioria dos partidos políticos considera necessário realizar uma revisão da estratégia pelo Governo.

Hoje, o número de mortos com covid-19 na Suécia subiu para 4.350 (36.476 casos confirmados no total) e mais de três quartos das pessoas que perderam a vida eram pessoas em estabelecimentos de saúde ou casas de repouso.

A comissão de inquérito poderá examinar esta situação, bem como perceber a eficácia da resposta económica à crise sanitária.

Os partidos da oposição perguntam-se ainda se os estudantes do ensino superior já poderão regressar às salas de aula, depois de terem estado em ensino à distância durante meses.

As escolas primárias, no entanto, continuaram a funcionar desde o início da pandemia na Suécia.

Com 430 mortes por milhão de pessoas, a Suécia tem uma taxa de letalidade ligada com o novo coronavírus muito mais alta do que a observada nos países nórdicos vizinhos da Noruega (43 por milhão), Dinamarca (98), Finlândia (56) e Islândia (29), que adotaram medidas de semi-contenção.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 360 mil mortos e infetou mais de 5,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,3 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados (mais de 2,7 milhões, contra mais de 2,1 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (quase 156 mil, contra mais de 176 mil).

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.