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Fábrica de produção de caixas de velocidades da Renault em Cacia, na região de Aveiro. (Arquivo/Global Imagens)

Caixas de velocidades de Portugal a salvo de avaliação da Renault

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Fabricante automóvel francesa vai reduzir custos fixos em dois mil milhões de euros por ano até 2022. Produção de componentes vai ser reavaliada.

A Renault vai avaliar o futuro de todas as unidades de produção de caixas de velocidades a nível mundial. A medida consta do plano de redução de custos fixos de dois mil milhões de euros por ano até ao final de 2022 apresentado esta sexta-feira pela fabricante automóvel francesa. A unidade da Renault em Portugal está a salvo desta avaliação, a poucos meses de iniciar a produção de uma nova geração de caixa de velocidades.

“Cacia está a arrancar com a produção da nova caixa de velocidades, que fabrica em exclusivo para o grupo Renault, e que vai equipar os modelos e os grupos motopropulsores de maior volume. Neste contexto não está em perspetiva uma redução da capacidade industrial em Cacia”, assegurou fonte oficial da Renault em Portugal, já depois da conferência de imprensa desta sexta-feira.

Nessa sessão, o presidente do conselho de administração da Renault, Jean-Dominique Senard, referiu: “Vamos proceder a uma revisão estratégica das unidades de produção de caixa de velocidades. Não podemos continuar nos moldes atuais”.

O plano de reestruturação da Renault prevê a saída de 14 600 pessoas até ao final de 2022 a nível mundial, sobretudo através de rescisões amigáveis.

O gestor destacou também que a marca francesa vai reduzir, entre 10% e 20%, a produção anual de veículos nos próximos quatro anos. Para 2024, a meta de produção anual vai baixar para 3,3 milhões de unidades – em 2019, foram montados quatro milhões de veículos.

A fábrica da Renault em Cacia vai iniciar, no final de 2020, a produção em série de uma nova caixa de seis velocidades e que implicou um investimento total de 148 milhões de euros, dos quais 47,8 milhões de euros contaram com apoio do Estado. Esta nova caixa de velocidades permite a redução de emissões em veículos a gasolina e a gasóleo.

Atualmente com 950 trabalhadores diretos, esta unidade do distrito de Aveiro ainda tem parte da equipa em regime de lay-off, depois de ter ficado mais de um mês sem laboração – entre meados de março e o final de abril. A partir de segunda-feira, dia 1 de junho, ainda haverá 150 operários nesta situação, conforme apurou o Dinheiro Vivo junto da comissão de trabalhadores.

(Notícia atualizada às 10h32 com declarações de fonte oficial da Renault em Portugal a garantir futuro da fábrica sem redução da capacidade industrial)