Levantamento revela perfil de óbitos suspeitos da covid-19 em Ponta Grossa
De 12 casos pesquisados, apenas um foi em residência
by Danilo KossoskiPonta Grossa, no Paraná, registrou, na tarde dessa quinta-feira (28), o 70º caso confirmado de covid-19, e nenhum óbito atribuído à doença, diferente de outros municípios. Entre as sete cidades com maior população no Paraná, é a única a não ter registrados casos fatais de contágio pelo novo coronavírus. No entanto, até a tarde de ontem, 17 óbitos já haviam passado pela testagem para checar se a covid-19 havia sido, ou não, causa da morte. Em todos, o resultado foi negativo.
A reportagem do DC solicitou à prefeitura informações detalhadas sobre esses 17 casos. O município conseguiu repassar os dados de 12 desses óbitos, que já constavam no sistema da Fundação Municipal de Saúde (FMS), e já permitem traçar um perfil dos casos que despertaram maior preocupação junto ao setor de Epidemiologia.
Dos 12 óbitos pesquisados, e que tiveram o resultado negativo para covid-19, oito eram do sexo masculino e quatro do sexo feminino. Duas eram crianças menores de um ano. Um tinha entre 40 e 49 anos, dois tinham entre 50 e 59 anos, três entre 60 e 69 anos. Quatro eram idosos com mais de 70 anos.
Desses, 10 faleceram em hospitais da cidade, um faleceu em pronto-atendimento e um faleceu em domicílio. O dado é interessante porque, desde o início da pandemia, dos 344 óbitos registrados nos cartórios do município (segundo dados da Arpen), 240 foram em ambiente hospitalar, e outros 104 em casa. Ou seja, 30% das mortes ocorreram em residências, sem acompanhamento médico. Segundo o órgão, nenhum desses foi por covid-19 ou SRAG, apenas um foi por pneumonia e um por insuficiência respiratória. O restante foi por outras causas não especificadas, mas consideradas naturais.
Critérios
A assessoria de imprensa da prefeitura explicou que o critério para investigação de óbito segue a definição de caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave Hospitalizado ou óbito por SRAG independente de internamento. De fato, no período analisado, houve apenas dois casos de SRAG, todos em ambiente hospitalar, onde o acompanhamento próximo, em alguns casos, permitiria um diagnóstico mais preciso mesmo sem exame.