Auxiliar de limpeza não usa máscara, pega a Covid-19 e se cura em 18 dias no hospital
Maria do Socorro ficou 4 dias na UTI na Santa Casa de Santo André
Maria do Socorro da Silva Nascimento, 55 anos, aprendeu da pior maneira a importância de se usar a máscara de proteção contra o novo coronavírus. Mesmo com a quarentena, ela seguiu a rotina de ir ao trabalho, no centro da capital paulista, sem o equipamento. Tudo continuava como antes, até que ela começou a sentir os sintomas da doença.
Com febre persistente, muita tosse e um pouco de falta de ar, ela procurou a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Santo André (ABC paulista) no dia 23 de abril. Após ser atendida, foi liberada e voltou para casa, em São Mateus (zona leste de SP). Nos dois dias seguintes, ela seguiu o mesmo roteiro, até que o teste da Covid-19 deu positivo.
No mesmo dia, foi internada na Santa Casa de Santo André, onde ficou por 15 dias, sendo 4 na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Apesar dos sintomas, o seu caso não foi tão grave, com lesão mais leve nos pulmões, o que evitou que fosse intubada. Usou apenas oxigênio com cateter no nariz e foi medicada com antibióticos.
O que mais a deixou angustiada no período de internação foi não poder receber visitas dos familiares.
“Fiquei triste. Pensei que ia receber visitas, mas, por causa da doença, não deixaram ninguém me visitar. Minha filha só ligava para saber como eu estava”, conta Socorro, dizendo que o sofrimento passou quando resolveu enfrentar a doença.
“Depois eu me conformei e falei: Não vou chorar, só pedir a Deus. Ele vai me tirar daqui, me dar a cura. Foi Ele que me salvou.”
Dona Socorro deixou a Santa Casa de Santo André no dia 8 de maio, mas foi transferida para o Hospital de Campanha da cidade, onde ficou mais três dias até ter alta e voltar para casa com a filha, Gabriela, 24 anos.
Já recuperada e sem sintomas, ela agora usa máscara de proteção e agradece por nenhum familiar tem se contaminado com o novo coronavírus.