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Fábio Dutra em cima do seu Lamborghini Foto: Reprodução

Empresário acusado de liderar ‘rachas’ no Rio já foi preso por suspeita de integrar máfia

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Empresário já conhecido nas páginas policiais, Fábio Dutra de Souza gosta de ostentar seus carros de luxo nas redes sociais. Um dos principais alvos da Operação Party is Over (“a festa acabou”, em português), deflagrada ontem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pela Polícia Civil em vários pontos do Rio, Região Serrana e Baixada Fluminense, ele é considerado um dos líderes da quadrilha que promove corridas de rachas no estado.

O empresário é dono de uma loja — a Garage Car Store, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste — autorizada a vender carros e motos de luxo. Um veículo simples não sai por menos de R$ 80 mil. Já o mais sofisticado pode passar dos R$ 200 mil. Segundo as investigações, alguns dos carros expostos para serem vendidos eram usados para “rachas” em Petrópolis.

Ontem, o empresário teve o seu Porsche Carrera 911 GT RS3, modelo 2018, avaliado em cerca de R$ 2 milhões, apreendido pela ação das polícias por ter participado dessas disputas. O veículo tem edição limitada no Brasil, com apenas nove unidades em todo o território nacional, o que ajudou na identificação do motorista.

Fabio foi preso em casa, no condomínio Península. Com ele havia uma espingarda, duas pistolas, um machado, cerca de 400 munições e algo entre oito a dez carregadores. Uma pistola 9mm, um pistola 7,5mm e cerca de 400 munições foram apreendidas.

Em 2011, o empresário chegou a ser preso pela Polícia Federal na Operação Black Ops, por suspeitas de participar de uma quadrilha de mafiosos israelense. O grupo atuava no Brasil e em outros países na lavagem de dinheiro, contrabando e comércio ilegal de pedras preciosas, crime contra a economia popular, formação de quadrilha e exploração de máquinas caça-níqueis. Na época, Fábio Dutra teve carros de luxo apreendidos.

Na ação da PF, os investigadores descobriram que um israelense trazia para o Brasil carros importados de forma fraudulenta e irregular para que fossem vendidos, facilitando a lavagem de dinheiro. O empresário ficou na prisão por um tempo, mas acabou sendo solto.

Na operação de ontem, Fábio vai responder por crimes de competição de “racha”, associação criminosa – já que praticou “pega” reiteradamente e também por apologia ao crime. Além disso, todos os veículos que foram encontrados na loja, e que estavam nas disputas passarão por uma perícia. Caso seja comprovado que os carros foram modificados irregularmente, Fábio também vai responder por adulteração de veículos e de motor. O EXTRA não conseguir falar com a defesa do empresário.

Valor e potência dos carros chamam a atenção

Entre os carros apreendidos na operação de ontem, o Porsche 991.2 GT3 RS é o que mais chama a atenção. Seu encanto está concentrado no motor boxer traseiro de seis cilindros, 4 litros, aspirado, que rende nada menos que 520cv de potência. Quando foi lançado no Brasil, em novembro de 2018, o modelo custava o equivalente a 320 mil dólares (pelo câmbio atual seria R$ 1,7 milhão).

Pela quantidade de exemplares apreendidos, o Mitsubishi Lancer Evolution. Entre os Evo — como ele também é chamado — levados pela policia estão exemplares fabricados entre 2006 e 2015. A produção foi encerrada em 2016, na geração Evo X, com motor de quatro cilindros 2.0 turbo, com 295cv. Atualmente, um dos modelos da última geração custa entre R$ 95 mil e R$ 135 mil.

Bem mais raros no Brasil são os Nissan 370Z Nismo (e dois deles, modelos 2010 e 2011, foram apreendidos na operação). Os preços de um 370Z usado original giram em torno de R$ 120 a R$ 160 mil. Outro carro apreendido foi o Mercedes-Benz E63, um modelo 2010 que saiu de fábrica com um enorme motor V8 aspirado de 6,2 litros e 525cv de potência. Com essa mecânica, o carrão de 1,8 tonelada consegue ir de 0 a 100km/h em 4,5s.