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Movimentação na orla do Rio na quinta-feira Foto: Brenno Carvalho / Extra

Reabertura do Rio começará nos próximos 15 dias

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Enquando os números da Covid-19 no estado do Rio e na capital seguem em alta, o prefeito do Rio, Marcello Crivella, planeja o fim da quarentena. A reabertura da atividade econômica na cidade do Rio será feita de forma gradual e deve começar nos próximos 15 dias. Ontem, o prefeito Marcelo Crivella apresentou ao Comitê Científico da prefeitura a proposta dos novos protocolos a serem seguidos, prevendo uma retomada dividida em 6 fases. Os intervalos previstos entre as fases são de 15 dias, podendo ser encurtados ou prolongados de acordo com os indicadores da Covid-19. Seguindo o cronograma sem alterações, a vida dos cariocas voltaria ao normal em 3 meses.

A passagem de uma fase para a outra deverá ser norteada por critérios como número de óbitos e casos confirmados e taxa de leitos ocupados. Se houver retrocesso nos indicadores, nada impede que ocorra também um retrocesso na fase de reabertura.

Na primeira fase, de acordo com a proposta apresentada por Crivella, será permitido o funcionamento de atividades com maior relevância econômica e menor risco de contágio. Na segunda fase, serão permitidas as atividades com menor impacto na economia e risco médio de contágio. Assim, seguirão as fases sucessivamente, até chegar nas atividades que oferecem o maior risco e que têm o menor peso na economia. Durante a reunião, o prefeito não listou as atividades que seriam reabertas em cada fase. Uma nova reunião deverá ser realizada para definir os últimos detalhes dos protocolos.

Apesar da retomada, haverá recomendação para que a população continue tomando medidas de distanciamento e usando máscaras, para evitar uma nova onda de contágio. Também será recomendado o escalonamento nos horários dos trabalhadores para evitar aglomeração de pessoas em estações. Quem faz parte de grupos de risco será orientado a permanecer em casa até a última fase da reabertura.

Rio passa a China em número de mortos

Em meio a uma investigação sobre fraudes na área da Saúde durante a pandemia, o estado do Rio superou, ontem, a China em número de mortos por Covid-19. Já são 4.856 óbitos, enquanto o país asiático contabiliza 4.638 vítimas do novo coronavírus, de acordo com dados do painel da Johns Hopkins University. O estado também tem também mais mortes do que a Índia, que totaliza 4.711 casos. A China e a Índia são os países mais populosos do mundo, com mais de um bilhão de habitantes. Já o Rio tem uma população de 16,5 milhões. Enquanto a doença avança, a prefeitura da capital faz plano para retomar as atividades econômicas. Serão seis fases de flexibilização do isolamento, que devem começar em uma ou duas semanas.

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Sepultamento de vítimas do coronavírus no Cemitério do Caju Foto: Roberto Moreyra / Extra / 13.05.2020

Os números, dizem especialistas, acendem o sinal de alerta. Pelo último boletim da Secretaria estadual de Saúde, divulgado ontem, em 24 horas o estado registrou 251 mortes. É a primeira vez que o Rio tem mais de 200 óbitos por três dias seguidos. Há ainda 1.286 em investigação e 259 descartados. Já os casos confirmados da doença no Rio subiram para 44.886, uma alta de 5,8% em relação ao número registrado no boletim anterior (42.398). Dentro desse total, 31.934 pacientes já se recuperaram da doença.

— O quadro é preocupante, sobretudo se você comparar a população da China (1,4 bilhão) com a do estado do Rio. É assustador em termos de mortes, e isso é uma prova de que vem ocorrendo um erro na condução dessa pandemia. O principal erro foi recomendar que as pessoas com sintomas iniciais da doença permanecessem em casa, quando o mais importante seria o tratamento precoce — afirma o infectologista Edimilson Migowski, da UFRJ.

Professor do Instituto de Medicina Social da Uerj, Mario Roberto Dal Poz também aponta falha nas ações de combate à pandemia. Para ele, não há como afrouxar o distanciamento social nesse momento:

— Nossa situação ainda é de evolução do coronavírus. A curva é de ascensão, o que dá mais motivos para o controle do distanciamento social. É preciso fazer todo esforço para que esse quadro não se agrave mais — diz, acrescentando que ele e outros especialistas da Uerj, da UFRJ e da Fiocruz enviaram proposta ao estado de um trabalho integrado entre autoridades de saúde e entidades da área, mas que não tiveram resposta.