Madeirenses com aplicação para comunicar avistamentos de águas-vivas e alforrecas

Secretaria regional de Mar e Pescas é parceira do Instituto Português do Mar no projecto ‘GelAvista’

by
https://www.dnoticias.pt/binrepository/768x432/0c0/0d0/none/11506/EDRB/image_content_3027837_20200529151915.jpg

Se for picado por uma caravela-portuguesa ou água-viva, sabe, por acaso, o que fazer? Saiba que há pequenos gestos e ensinamentos que podem evitar complicações maiores e que estão agora disponíveis na aplicação “GelAvista”, um programa de ciência da responsabilidade do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) que tem como público-alvo os cidadãos portugueses do continente e regiões autónomas da Madeira e Açores.

Para além de poder aceder a informação relevante para se proteger de forma adequada, a aplicação “GelAvista” apela à cidadania de cada um de nós, convidando-nos a participar na monitorização destes organismos gelatinosos, enviando para o IPMA, através da aplicação, os avistamentos que descortinamos de águas-vivas.

O Governo Regional da Madeira, através da secretaria regional de Mar e Pescas e da direcção regional do Mar, e a Estação de Biologia Marinha do Funchal, são parceiros do IPMA neste projecto que apela ao envolvimento das populações na recolha de informações valiosas. Na Região, o projecto tem o acompanhamento científico da directora regional do Mar, Mafalda Freitas. Em 2019, voluntários comunicaram 525 avistamento na Madeira.

Águas-vivas, medusas e alforrecas

As águas-vivas, medusas ou alforrecas, como o nome indica, são todos os organismos pelágicos com aspecto semelhante a “gelatina”. As águas-vivas são animais marinhos muito apreciados pelas tartarugas marinhas, por possuírem células muito especializadas chamadas cnidocistos, principalmente concentradas ao longo dos seus tentáculos, que são capazes de injectar um veneno para defesa e para capturar presas.

Arrastadas pelas correntes e sem grande capacidade de locomoção, as alforrecas podem, em contacto com as pessoas, provocar queimaduras com os seus tentáculos, causando por vezes lesões graves e bem visíveis. A maioria dos contatos acidentais com águas vivas ocorre durante a natação no mar ou quando estas encalham em praias na costa.

Projeto “GelAvista” na Madeira

O “GelAvista” é um programa de ciência do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), destinado à população do território continental e regiões autónomas da Madeira e Açores, responsável pela monitorização de organismos gelatinosos na costa portuguesa.

O programa tem como objectivo envolver a população em geral na recolha de informação sobre o avistamento de organismos de aspecto gelatinoso nas praias, marinas, em actividades de mergulho ou náuticas, ou ainda desde embarcações. O programa iniciou-se em 2016, tendo oficializado em 2018 a sua extensão à Madeira.

Os voluntários interessados podem descarregar na playstore a aplicação “GelAvista” para telemóvel e tablet, tanto para telemóveis Android como IOS. Uma ferramenta que visa facilitar o envio de avistamentos de organismos gelatinosos a todos os observadores “GelAvista”.

Em 2019 observadores voluntários comunicaram cerca de 2364 avistamentos ao longo de toda a costa portuguesa e 525 na Madeira, número que as entidades regionais parceiras do programa pretende aumentar. A nível regional participam no projecto a direcção regional do Mar e Estação de Biologia Marinha do Funchal.

Recordar que, em dezembro de 2019, realizou-se na Madeira o “4.º Encontro GelAvista” com o apoio da embaixada do Canadá.