O arranhão...

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Até o final dos anos 90, era comum ver conselheiros de oposição se projetarem no cenário político dos clubes vendendo a sócios e torcedores o sonho dos elencos milionários.

Não foram poucos os que chegaram ao poder usando de tal expediente, e alguns até obtiveram êxito em suas empreitadas.

Mas era outra época, outros valores e outras leis.

Hoje, com os clubes quase que "obrigados" a expor suas finanças, buscar a notoriedade e o amparo eleitoral com promessas de tal ordem é de um primitivismo que agride o bom senso, traz desesperança e arranha ainda mais a imagem dos candidatos e das instituições a que estão ligados.

Falo, evidentemente, espantado com o caso protagonizado esta semana pelo candidato à presidência do Vasco, Luiz Roberto Leven Siano.

O malsucedido anúncio de um pré-acerto (logo desfeito) com marfinense Yaya Touré, de 37 anos, caso fosse eleito no pleito previsto para o final do ano, pode não apenas ter jogado por terra as boas intenções do advogado do ramo da navegação marítima e do direito internacional.

A notícia, propagada e festejada, de forma antecipada, como se fosse uma retomada da grandeza do clube, causou graça no mercado e depressão em que conhece a caótica situação financeira dos vascaínos.

Basta um mínimo de conhecimento de administração para saber que o Vasco, três vezes campeão sul-americano e quatro vezes campeão brasileiro, precisa mais do conhecimento jurídico, da rede de contatos e da capacidade negocial do candidato Leven Siano do que da galhofa de uma ação ineficaz e desnecessária como esta.

Os clubes, em especial os do Rio de Janeiro, não têm saída: ou reúnem o seu capital intelectual com vistas ao fortalecimento corporativo de suas estruturas internas, ou amargarão dias de ostracismo mergulhados em suas dívidas...