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Situação crítica.Pedro Oswaldo Cruz, neto do sanitarista que deu fim à febre amarela: hospitalizado há 15 dias Foto: Album de família

Neto do sanitarista Oswaldo Cruz é internado com Covid-19

Fotógrafo está em estado grave, entubado e com comprometimento renal

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RIO — O Rio de Janeiro já tinha mais de mil mortos por febre amarela quando o sanitarista Oswaldo Cruz foi convocado para entrar no combate à epidemia. Ele dividiu a cidade em dez áreas e contratou brigadas para percorrer casas e jardins em busca do mosquito transmissor da moléstia e, em pouco tempo, conseguiu erradicar a doença. Passados quase 120 anos, um neto do pesquisador que dá nome a uma das mais importantes instituições de pesquisa científica do país trava também uma luta contra uma nova pandemia, mas do lado mais fraco do front. O fotógrafo Pedro Oswaldo Cruz, de 78 anos, contraiu Covid-19 e luta pela vida no Hospital Silvestre, no Cosme Velho.

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Pedro está internado há duas semanas, e, nos últimos três dias, seu estado se agravou. O fotógrafo, que ficou conhecido por seu trabalho registrando o patrimônio histórico do Rio, principalmente fazendas do interior, está entubado, com grave comprometimento respiratório. Após uma infecção no rim, ele teve que ser submetido a hemodiálise.

A mulher do fotógrafo, Maria Christina Mangia Oswaldo Cruz, de 74 anos, também foi infectada pelo novo coronavírus e ficou internada no mesmo hospital. Ela recebeu alta na última quarta-feira e está em casa, em Ipanema, cumprindo quarentena.

— É um casal muito querido, bem-humorado. Todos estão muito abalados, me ligando para ter notícias deles. Eu estou quieta em casa, mas muito inquieta com essa vulnerabilidade do mundo. Já perdi alguns amigos — lamenta a irmã de Christina, a historiadora e curadora de arte Vanda Klabin. — Estou falando com Christina por telefone, mas tentando evitar falar sobre o estado do Pedro.

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A família conta que o casal, que está junto há mais de 60 anos, começou a apresentar os primeiros sintomas numa fazenda em Areais, no Vale do Paraíba, em São Paulo. Como a casa é bem isolada, o fotógrafo e a mulher tiveram dificuldades para serem atendidos num primeiro momento. A Santa Casa de Misericórdia na região não oferecia os exames necessários para atestar a contaminação pelo novo coronavírus.

Foi preciso que Vanda agendasse a ida à casa de um médico, que administrou oxigênio e soro. Quatro dias depois, os dois pioraram e foram transferidos de ambulância para o Rio, diretamente para o hospital.