“Estão reunidas condições” para avançar no desconfinamento afirma Costa

O primeiro-ministro, António Costa, salientou hoje que a evolução geral mostra que as medidas de desconfinamento “não têm tido um impacto negativo” na evolução da covid-19 em Portugal, pelo que “estão reunidas as condições” para avançar na retoma.

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“Na avaliação do Governo, estão, a nível nacional, reunidas as condições para podermos avançar na concretização das medidas de desconfinamento que tínhamos previsto para o final de maio, princípio de junho”, afirmou o chefe de governo em conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, em Lisboa.

De acordo com o primeiro-ministro, a evolução da doença em Portugal tem sido positiva, o que demonstra que o desconfinamento “não têm tido um impacto negativo”.

António Costa sinalizou que a o crescimento da pandemia “está essencialmente estabilizado” e “significativamente afastado daquilo que era o risco de crescimento exponencial que se previa no início desta crise”.

De acordo com o primeiro-ministro, “tal como era previsível” quando Portugal começou o desconfinamento, “houve um pequeno aumento do risco de transmissão, mas ele tem-se mantido essencialmente estável ao longo deste período”.

Por isso, o balanço que faz é que não é possível “inferir que tenha havido um aumento no risco de transmissibilidade” decorrente do desconfinamento, e salienta que isso é “confirmado pela evolução do número de casos novos” que têm apresentado um “decréscimo progressivo”.

“Se verificarmos o número de teste realizados, versus casos positivos, continuamos a ter um número de testes realizados muito significativo mas o número de casos positivos mantém-se essencialmente estável”, acrescentou, concretizando que aquando da primeira fase do desconfinamento, Portugal apresentava “uma taxa de casos positivos sobre testes realizados de 5,6%”, número que reduziu para 4,3% na segunda fase e está agora nos 3,3%, concluindo que está a “diminuir o número de casos positivos por testes realizados”.

A avaliação do Governo inclui também o número de casos que exigem internamento hospitalar, que “tem vindo progressivamente a diminuir”, passando de 968 internamentos por covid-19 há um mês, para 673 há duas semanas e situando-se agora em 529.

Quanto aos internamentos em cuidados intensivos, apresentam uma trajetória de diminuição, passando de 172 para 66 atualmente, assinalou António Costa, indicando que também os óbitos decorrentes da pandemia não aumentaram na sequência do desconfinamento.

“O número de pessoas recuperadas tem vindo a continuar a crescer significativamente ao longo deste período, o que faz com o número de casos ativos que existem na sociedade portuguesa tem vindo a diminuir muito significativamente”, acrescentou.

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Referindo-se aos testes realizados, o chefe de Governo adiantou que Portugal é o “quarto país da Europa em número de testes realizados por milhão de habitante”, encontrando-se atrás da Lituânia, do Chipre e da Dinamarca, o que demonstra que a “capacidade de testagem do Serviço Nacional de Saúde é robusta” e que o número “tem vindo a aumentar”.

António Costa adiantou ainda aos jornalistas que “95,5% das pessoas doentes conseguem tratar-se em casa, só 3,9% carecem de tratamento hospitalar e só 0,6% carecem de cuidados intensivos”.

Portugal contabiliza pelo menos 1.383 mortos associados à covid-19 em 31.946 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado hoje.

Relativamente ao dia anterior, há mais 14 mortos (+1%) e mais 350 casos de infeção (+1,1%).