País perde 4,910 milhões de vagas no trimestre de 2020, um número recorde

A perda de 4,910 milhões de postos de trabalho em apenas um trimestre foi recorde na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população ocupada desceu a 89,241 milhões de pessoas, enquanto outras 12,811 milhões buscavam um emprego no trimestre encerrado em abril.

Em relação ao mesmo período do ano anterior, há menos 366 mil desempregados, uma queda de 2,8%. No entanto, em apenas um trimestre a população desempregada saltou 7,5%, 898 mil pessoas a mais.

O total de ocupados encolheu 3,4% no trimestre encerrado em abril de 2020 ante o trimestre terminado em abril de 2019, o equivalente a 3,124 milhão de pessoas a menos trabalhando. Em relação ao trimestre até janeiro, a ocupação recuou 5,2%.

A taxa de desemprego passou de 12,5% no trimestre até abril de 2019 para 12,6% no trimestre encerrado em abril de 2020. No trimestre até janeiro, a taxa de desemprego estava em 11,2%.

O avanço no contingente de inativos impediu uma alta ainda maior no desemprego em abril. A inatividade saltou 9,2% em abril deste ano ante abril do ano passado, 5,975 milhões de pessoas a mais nessa condição. Em apenas um trimestre, a população inativa teve uma elevação de 5,193 milhões de pessoas, alta de 7,9%.

O nível da ocupação, que mede o porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 51,6% no trimestre até abril deste ano, ante 54,2% no trimestre até abril de 2019. No trimestre até janeiro, o nível de ocupação era de 54,8%.

O comércio foi o setor que puxou a extinção de vagas no trimestre encerrado em abril, com 1,218 milhão de demissões em relação ao trimestre terminado em janeiro. Houve dispensas recordes de trabalhadores de forma disseminada, alcançando sete entre as dez atividades pesquisadas, segundo os dados da Pnad Contínua.

Na passagem do trimestre terminado em janeiro para o trimestre encerrado em abril, houve demissões também nas atividades de outros serviços (-366 mil ocupados), indústria (-685 mil), alojamento e alimentação (-699 mil), transporte (-242 mil), agricultura, pecuária, produção florestal pesca e aquicultura (-157 mil), construção (-885 mil), serviços domésticos (-727 mil) e informação, comunicação e atividades financeiras (-218 mil).

A única exceção foi o setor de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com 287 mil contratações no período.

Em relação ao patamar de um ano antes, a agricultura perdeu 233 mil trabalhadores. A construção demitiu 671 mil, o comércio dispensou 789 mil. Alojamento e alimentação fechou 507 mil vagas, e serviços domésticos perderam 628 mil trabalhadores. A indústria dispensou 343 mil funcionários.