YouTube explica exclusão de comentários que insultavam Partido Comunista Chinês
Apesar de ter afirmado que não houve interferência externa no sistema, a empresa não esclareceu dúvidas importantes
by Matheus LuqueO YouTube provocou todos os tipos de especulações sobre suas políticas nesta semana, depois que admitiu excluir acidentalmente comentários que continham frases críticas ao Partido Comunista Chinês (PCC). Hoje (28) a empresa disse ao The Verge que o problema não era resultado de uma interferência externa, como a maioria imaginou.
As frases que acionaram a exclusão dos comentários incluíam "bandido comunista" e "partido de 50 centavos", gírias usadas por internautas pagos para defender o Partido Comunista Chinês. Muitos especularam que um grupo externo manipulou os filtros automatizados do YouTube relatando repetidamente essas frases, fazendo com que o algoritmo as classificasse como ofensivas.
Foto: Mateusz Ponikowski
O porta-voz do YouTube, Alex Joseph, negou que esse tenha sido o problema e disse que, ao contrário do que muitos pensam, o YouTube nunca remove comentários apenas com base no depoimento dos usuários.
"Isso não foi resultado de interferência externa e só removemos conteúdo quando nosso sistema de imposição determina que viola nossas Diretrizes da Comunidade, não apenas porque é sinalizado pelos usuários", disse Joseph. "Isso foi um erro em nossos sistemas de fiscalização e implementamos uma correção", completou.
O incidente é mais um exemplo de como as grandes empresas de tecnologia se encontram em um debate global sobre censura e liberdade de expressão. Embora a explicação do YouTube ofereça mais detalhes do que os fornecidos anteriormente, eles deixam perguntas importantes sem resposta. Como exatamente esse erro entrou no sistema? E por que passou despercebido por meses?
Nesta semana, o senador Josh Hawley (R-MO) escreveu ao CEO do Google, Sundai Pichar, pedindo respostas em relação aos "relatos preocupantes de que sua empresa retomou seu longo padrão de censura a pedido do Partido Comunista Chinês". Apesar de o YouTube ter oferecido uma explicação, ela não foi muito convincente.
Via: The Verge