Pirataria de canais de televisão "encrava" compra do Newcastle

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Compra do Newcastle em risco
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Mohammed bin Salman, príncipe da Arábia Saudita, está perto de concluir a compra do NewcastleFoto AFP

A aquisição do Newcastle previa que o clube do norte de Inglaterra passasse a ser detido em 80 por cento pelo Fundo Público de Investimento da Arábia Saudita

A polémica e milionária (cerca de 337 milhões de euros) aquisição do Newcastle, por parte de um fundo estatal da Arábia Saudita, estará em sérios riscos, revela o "Guardian". Tudo porque a Organização Mundial do Comércio (WTO, na sigla inglesa) considera que este país do Médio Oriente está por trás da televisão por satélite pirata que oferece um serviço de streaming com acesso ilegal a vários desportos, incluindo os jogos da Premier League.

De acordo com o jornal inglês, a WTO não vai publicar antes do meio de junho um relatório final de 130 páginas, mas considera que o governo saudita está por trás da beoutQ, o referido canal pirata. Por outro lado, garante que a Premier League já recebeu o relatório este mês e que pediu explicações à Arábia Saudita, no decurso do processo legal para autorização da compra dos magpies.

No passado, a FIFA, a UEFA, a Premier League, La Liga e outros, procuram processar a beoutQ na Arábia Saudita por transmissão ilegal, mas nenhuma firma de advogados local aceitou o caso, razão pela qual o mesmo foi levado à Organização Mundial do Comércio, que apurou que o país quebrou as leis internacionais.

A aquisição do Newcastle previa que o clube do norte de Inglaterra passasse a ser detido em 80 por cento pelo Fundo Público de Investimento da Arábia Saudita, pertença do príncipe regente Mohammed bin Salman, ele próprio uma figura controversa e acusado de ter ordenado a morte de um jornalista na embaixada saudita na Turquia. A verdade é que já passaram quase dois meses desde que foi solicitada à Premier League a autorização de compra, quando o habitual é que um processo destes fique concluído em 30 dias.

O governo britânico está também empenhado em esclarecer esta situação e o ministro do Comércio pediu explicações aos sauditas sobre a beoutQ.