MP pede que PF instaure inquérito para investigar grupo de 'extrema direita' após protesto em SP

Ministério Público foi acionado pelo advogado Rui Elizeu de Matos Pereira após protesto pedindo intervenção militar e volta do AI-5 em São Vicente, no litoral paulista.

Imagens da manifestação foram arquivadas pelo advogado — Foto: Reprodução/Rui Elizeu de Matos Pereira

O Ministério Público Federal, por meio da procuradora da República Juliana Mendes Daun Fonseca, encaminhou um pedido para que a Polícia Federal abra um inquérito para investigar um grupo que promoveu uma manifestação em abril, em São Vicente, litoral de São Paulo. O órgão foi acionado pelo advogado Rui Elizeu de Matos Pereira, que em entrevista ao G1 nesta quarta-feira (27) disse que viu a manifestação do grupo de 'extrema direita' nas redes sociais.

O advogado explica que viu a movimentação em frente ao 2º Batalhão de Infantaria Leve (2º BIL), que fica na Avenida Antônio Emmerich. Com cartazes que pediam o fim do Supremo Tribunal Federal, a volta do AI-5 e intervenção militar, manifestantes do grupo foram às ruas nos dias 19 de abril e 10 de maio.

De acordo com o advogado, esse tipo de manifestação pode ser considerado criminoso, por ser contrário à democracia. "Causa uma insegurança pública, contra as instituições democráticas. Vivemos um momento difícil, com diversas manifestações deste mesmo tipo", relata o advogado.

Além da denúncia, ele encaminhou ao MPF diversos vídeos e fotos da manifestação, mostrando as placas e o discurso utilizado na data. O advogado ainda relata que entrou em contato com a Polícia Militar e com a Ordem dos Advogados do Brasil para alertar sobre as manifestações feitas em período de pandemia. Apesar disso, ele buscou levar a denúncia adiante, para que o grupo seja investigado.

O G1 teve acesso à documentação encaminhada pelo advogado, que mostra o caminhão utilizado no protesto e a identificação de alguns dos manifestantes, junto com fotos das publicações feitas nas redes sociais. A reportagem questionou a Polícia Federal sobre o andamento da solicitação, mas até a última atualização desta reportagem não obteve retorno.

A reportagem também tentou contato com representantes do grupo, mas não obteve retorno até a última atualização.