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70% das síndromes respiratórias graves notificadas têm causa desconhecida

Boletim especial da Secretaria de Estado de Saúde aponta crescimento de 713,7% nos casos registrados neste ano em comparação com o mesmo período de 2019

Pneumonia, influenza, o novo coronavírus ou qualquer outra virose que afete duramente o trato respiratório e provoque até internação. Todos os anos, centenas de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) são registrados pelo sistema de saúde. Porém, com a chegada da pandemia neste ano, muita coisa mudou. 

De acordo com o boletim especial divulgado hoje pela Secretaria de Estado de Saúde, o número de notificações em 2020 já cresceu 717,2% na comparação com o mesmo período de 2019. E outro dado que impressiona ainda mais é que, desse total, 70,2% não têm a causa definida, o que pode aumentar ainda mais o balanço de confirmações da Covid-19 – ao todo, foram 11.777 registrados. Já a influenza foi responsável por 1% do total.

Outros 18,8% ainda seguem em investigação e o coronavírus representa 9,4% desse número. As regiões mineiras que lideram os casos "não especificados" são Noroeste (80,3%), Vale do Aço (72,5%) e Triângulo (72,4%). 

"Da mesma forma o número de óbitos pela síndrome também registrou elevação de 717,2%, passando de 209 em 2019", acrescenta o documento. Desde o início do ano, foram 1.499 mortes por SRAG, mas, diante da ampla testagem dos casos graves em Minas, o governo garante que não há subnotificação.

'Várias suposições'

Em relação à explosão de casos de SRAG, a pasta enfatiza que há diversas suposições sobre o que provocou o crescimento das notificações. "A principal delas é que, atualmente, os trabalhadores e profissionais da saúde estão hipersensibilizados na notificação de casos de síndromes respiratórias. Comumente observa-se na Vigilância em Saúde a relação entre aumento da sensibilização dos profissionais com o aumento de casos notificados e diminuição da especificidade", finaliza o relatório.