Estado reforça importância do isolamento social no combate ao coronavírus

Segundo Carlos Eduardo Amaral, segurança do sistema público de saúde dependerá da efetividade do distanciamento; pico em MG está previsto para dia 10 de junho

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Em entrevista coletiva à imprensa nesta quarta-feira (27), o titular da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), Carlos Eduardo Amaral, voltou a destacar o papel essencial do isolamento domiciliar no combate ao coronavírus em Minas Gerais. Segundo o secretário, a resistência do sistema público de saúde está ligada à quantidade de casos simultâneos de Covid-19, o que, por sua vez, depende da efetividade do distanciamento social. A nova projeção de pico da doença, atualizada semanalmente pela SES, aponta para 10 de junho. No entanto, não foi estimada a quantidade de casos confirmados na data.

Conforme Carlos Eduardo Amaral, a assistência efetiva de todos os enfermos do estado dependerá do quantitativo de casos, o que está ligado ao engajamento da população nas medidas de contenção. “Se nós tivermos uma quebra completa do isolamento social, teremos um pico muito grande. Se tivermos um isolamento social adequado, nós podemos ter um pico relativamente achatado em que nós teríamos condições de atender todo mundo”, explicou Amaral.

As medidas de higienização e distanciamento indicam um novo normal, como tem sido destacado por reiteradas vezes pela secretaria estadual. O desafio do poder público, de acordo com o titular da SES, é encontrar o equilíbrio entre as ações. “Se mantivermos um controle com poucos casos, nós teremos a epidemia espalhando muito no tempo. Nós poderíamos ter mais de dois anos de epidemia, de casos notificados. É muito importante nós buscarmos um equilíbrio entre cuidado coletivo, cuidado da saúde e a atividade econômica”, analisou o secretário.

Aumento na progressão do vírus

Nos últimos boletins divulgados pela SES, o número de casos diários contabilizados pela pasta tem se aproximando de 500, patamar superior ao observado nas semanas anteriores. O aumento foi tratado como natural pelo secretário Carlos Eduardo Amaral, que atribuiu a condição à utilização de testes rápidos em municípios mineiros, sendo que essa testagem pode indicar casos em que o paciente já está recuperado. “Quando você tem um teste (rápido) positivo, a pessoa já teve a doença há algum tempo e está sendo notificada agora. Não quer dizer que, neste momento, ela está com a doença ativa”, alertou Amaral.

Todavia, o subsecretário Marcelo Cabral admitiu a proliferação da doença em cidades do interior. Ele citou o caso de Barbacena, onde mais de 200 alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar) testaram positivo para o coronavírus, como uma situação pontual, que não deverá mudar as políticas de enfrentamento na região. “Em relação a Barbacena, em função do que lá aconteceu (na Epcar), naturalmente acarreta um incremento no número de casos. Sob a perspectiva da SES no contato que fiz com as autoridades, não impactou naquilo que pensamos em matéria de política e enfrentamento”, disse.

Acompanhamento sobre cinco fatores

O Governo de Minas acompanha a evolução da epidemia do no estado seguindo cinco itens: notificação no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep/Gripe), do Ministério da Saúde; realização de exames em pacientes com quadro grave; acompanhamento do percentual de exames positivos; ocupação de leitos hospitalares; e, por último, óbitos relacionados a doenças que podem estar vinculadas à Covid-19. A porcentagem de casos positivos, conforme análise da Fundação Ezequiel Dias (Funed), da última semana, é de 16%.