https://cdn-istoedinheiro-ssl.akamaized.net/wp-content/uploads/sites/17/2020/05/de8ece6bde2190124833e3295a7c72b9687c2f0b-1-768x432.jpg
Mulher com máscara e luvas é refletida em espelho de loja enquanto caminha pelas ruas Madri, em meio à flexibilização das medidas de restrição contra o coronavírus - AFP

Espanha registra 43.000 mortos a mais em relação à média entre março e maio

by

A Espanha registrou um excesso de 43.000 mortes entre 13 de março e 22 de maio, em comparação com a média dos últimos dez anos, especialmente entre os maiores de 74 anos, informou o Instituto de Saúde Carlos III nesta quarta-feira.

Os dados deste instituto científico de referência na Espanha baseiam-se nos registros de óbito registrados nos cartórios civis durante as últimas semanas em que a pandemia do novo coronavírus atingiu o país com virulência.

De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, a doença matou 27.118 vidas, embora esse número inclua apenas casos oficialmente diagnosticados com um teste de PCR que, especialmente no início do surto, era escasso na Espanha.

Com base na média dos últimos anos, o Instituto Carlos III previu uma mortalidade de quase 78.000 pessoas entre 13 de março e 22 de maio, mas as mortes ocorridas subiram para 120.851, com um aumento significativo entre o final de março e início de abril.

“A mortalidade foi 55% maior do que o normal. Ela se concentrou principalmente em pessoas com mais de 74 anos”, disse o diretor de emergências de saúde, o médico Fernando Simón.

Das 43.000 mortes adicionais registradas nesse período, mais de 35.500 correspondem ao grupo com mais de 74 anos de idade, de maior risco de COVID-19, segundo dados do Instituto Carlos III.

Simón reconheceu que algumas dessas mortes podem corresponder àquelas infectadas por vírus da coronavírus que “podem ter morrido sem serem diagnosticadas”, mas também pode haver vítimas indiretas da pandemia.

“Uma parte delas pode ser devido a patologias que podem causar altas mortalidades e que os pacientes, por medo de irem a um hospital onde havia um vírus que causou graves letalidades, não chegaram a tempo”, avaliou Simon.

“Em outros casos, a saturação de hospitais também pode ter feito os pacientes pensarem duas vezes e preferiram esperar para não saturar ainda mais os hospitais”, acrescentou.

Um dos países mais afetados pela pandemia na Europa, com mais de 27.000 vítimas e 236.000 diagnosticadas, a Espanha inicia nesta quarta-feira um luto nacional de 10 dias por essas vítimas.