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Brasil fecha 1,1 milhão de vagas de trabalho entre março e abril

O ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto: Anderson Riedel/PR

País tem o pior saldo negativo para o mês de abril desde 1992

O Brasil fechou 1,1 milhão de vagas de trabalho com carteira assinada entre março e abril deste ano, segundo dado divulgados nesta quarta-feira 27, pelo Ministério da Economia. São os primeiros números que retratam os impactos da pandemia do coronavírus e o mercado de trabalho brasileiro.

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o país fechou 240.702 vagas de emprego em março. Em abril, o número mais que triplicou: foram 860.503 postos fechados. Os números são mais preocupantes que o ano anterior. No mesmo período, em 2019, o Brasil fechava 42.182 postos em março, mas abria 128.601 no mês seguinte.

O saldo em abril foi o pior da série histórica iniciada em 1992. Em valores nominais, São Paulo teve o pior desempenho, com saldo negativo de 260.902. Em seguida, vem Minas Gerais, com 88.298 demissões; Rio de Janeiro, com 83.626; e Rio Grande do Sul, com 74.686.

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Segundo o Ministério da Economia, foram preservados mais de 8,1 milhões de empregos no país, após o governo federal assinar a Medida Provisória 936/2020, que criou o Programa Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda. A MP prevê cortes de jornada de trabalho e suspensão de contratos, com a compensação do Benefício Emergencial de Preservação da Renda e do Emprego.

No entanto, especialistas ouvidos por CartaCapital afirmam que diminuir a renda neste momento é tirar dinheiro de circulação e reduzir o consumo. Com a iniciativa, o governo federal aprofunda o entendimento que fundamentou a reforma trabalhista e não abrange as maiorias desprotegidas de forma eficaz durante a pandemia. Dias depois da assinatura da MP, o Brasil já contabilizava pelo menos 1 milhão de trabalhadores com cortes de jornada e de salários, ou com contratos suspensos.

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