Minas tem uma das piores taxas de isolamento social no país, aponta levantamento

Taxa média registrada no Estado na última semana foi de 40,5%, mais de 20 pontos abaixo do pico do isolamento registrado no fim de março, conforme números da InLoco

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Apesar das filas que se formaram no entorno, funcionários do Oiapoque tentavam organizar o distanciamento entre as pessoasFoto: Cristiane Mattos/O Tempo
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Minas Gerais tem hoje a quinta pior taxa de isolamento social do Brasil. É o que aponta o mais recente ranking divulgado pela InLoco, que fornece esses dados para 20 Estados do país atualmente.

De acordo com o levantamento feito pela empresa de TI, nesta terça-feira (26) por exemplo, a taxa de isolamento social em Minas foi de 37,9%, percentual maior apenas do que os registrados nos Estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Goiás.

O índice atual está 4,1% abaixo da média de permanência dos mineiros em casa durante a quarentena desde março, calculada em 42%. "Em Minas, estamos observando uma queda geral do índice e esse número vêm caindo nos últimos dias com a reabertura dos comércios", analisa o gerente de dados da InLoco, José Luciano Melo.

Tal como Belo Horizonte, o pico do isolamento social no Estado foi de 62%, atingido no dia 22 de março (um domingo). Logo na semana seguinte, a taxa média de isolamento social em Minas caiu para 50% e, de lá para cá, manteve sua trajetória de queda chegando ao patamar de 40,5% na última semana (de 18 a 24 de maio), ainda segundo os dados da InLoco.

Avanço de quase 10.000%

Enquanto a taxa média de isolamento social em Minas despencou 21,5% em pouco mais de dois meses, os casos confirmados de Covid-19 no Estado subiram quase 10.000%, um percentual que também pode ser explicado pela aceleração na capacidade de testagem para a doença.

No pico do isolamento social, no dia 22 de março, a Secretaria de Estado de Saúde contabilizava apenas 83 casos da Covid-19 em 12 cidades mineiras e nenhum óbito pela doença. Hoje, Minas registra 8.011 pessoas infectadas pelo novo coronavírus em 408 municípios com um saldo de 240 mortes, conforme balanço divulgado pelo governo nesta quarta-feira (27).

Posição intermediária 

Com os números atuais, Minas ocupa hoje o 11ª lugar no ranking nacional em relação ao número total de casos da Covid-19, segundo o Ministério da Saúde. Até então, o Estado tem menos casos confirmados da doença do que São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas, Pará, Pernambuco, Maranhão, Bahia, Espírito Santo e Paraíba. 

Por outro lado, o Estado governado por Romeu Zema (Novo) acumula mais casos do novo coronavírus que o total registrado em: Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Amapá, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte, Acre, Piauí, Roraima, Rondônia, Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o Estado brasileiro hoje com menos casos confirmados (1.186) e de mortes por Covid-19 (18 no total).

Em relação ao número de mortes, a doença apresenta hoje em Minas uma taxa de letalidade de 3%, bem abaixo do atual índice nacional de 6,2%. Em números absolutos, as 240 mortes confirmadas por Covid-19 colocam Minas na posição 13 entre os 26 Estados brasileiros com o maior volume de óbitos pelo novo coronavírus.

Como é feito o monitoramento?

A taxa de isolamento social obtida pela InLoco usa a localização dos smartphones por meio de sensores que presentes no aparelho que vão além do GPS. A precisão de onde está o celular tem uma margem de erro de apenas 3 metros.

Os dados coletados pela Inloco são consolidados em grupos baseados em semelhanças, chamados clusters, a fim de evitar que indivíduos sejam identificados. Além disso, esses dados são protegidos por funções de hash e criptografia, diminuindo ainda mais os riscos de identificação.

Segundo a empresa, apenas a nota de isolamento é repassado pela empresa aos órgãos de Estado. Em Minas, a base de dados conta com cerca de 3 milhões de celulares com localização rastreável.