COVID-19: O “milagre” de Portugal e o ranking de testes

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A questão que se coloca é… “Porque é que a taxa de testes à COVID-19 em Portugal é mais do que o dobro, comparativamente, à grande parte dos países?”. O nosso país está atualmente na sexta posição do ranking com mais testes realizados, por mil habitantes.

Portugal é um dos países mais pobres da zona do euro, mas mesmo assim tem sido um exemplo para o mundo nesta pandemia. A que se deve?

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Acompanhando o que aconteceu especialmente em Itália e na vizinha Espanha, Portugal apostou na estratégia de “testar, testar, testar”. Segundo dados de hoje (27/05), Portugal já fez 770 mil testes de diagnóstico à COVID-19 desde o dia 1 de março e está no TOP 10 à escala mundial.

Mas a que se deve o “milagre” de Portugal na COVID-19?

O termo adequado não será propriamente “milagre” até porque os números de Portugal levam a uma profunda reflexão. No entanto, comparativamente a outros países, onde os serviços de saúde entraram em colapso, Portugal tem-se saído bem.

Segundo dados apresentados pelo jornal Telegraph, obtidos pelo OUR WORLD IN DATA, Portugal estava na sexta posição do ranking de países que mais testes realizam por cada 1000 habitantes. Acima de Portugal apenas a Islândia, Bahrein, Luxemburgo, Lituânia e Dinamarca. Na linha abaixo de Portugal destaque para a Itália, Bélgica, Austrália, Suíça, Estados Unidos, etc.

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Por outro lado, Portugal é dos países que menos camas em cuidados intensivos disponibilizas face ao tamanho da população.

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De acordo com o jornal, o sucesso de Portugal deve-se à cooperação entre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), as Universidades e o Sistema de Saúde privado.

O jornal inglês refere ainda que, entre 1 e 11 de abril Portugal realizou em média 9 mil testes por dia. No entanto, mesmo em Portugal, nem tudo é cor de rosa. Já morreram mais de 1300 pessoas, menos do que em muitos países europeus, mas muito mais do que a Áustria, Dinamarca, República Checa e Grécia.

O jornal refere que as notícias da tragédia em Itália em Espanha serviram de alerta para os portugueses que se auto-confinaram. Além disso, o Governo português fechou as escolas quando ainda nem sequer 800 casos estavam registados no país.

Maria Manuel Mota, diretora do Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa, revelou ao jornal que a sua unidade ajudou as autoridades de saúde tendo em conta a experiência dos laboratórios portugueses.

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