97% de novos casos são na Grande Lisboa. Portugal regista 1356 mortos e 31 292 infetados
by Susete HenriquesBoletim epidemiológico da DGS indica que dos 285 novos casos confirmados no último dia, 277 foram em Lisboa e Vale do Tejo.
Portugal regista 1356 mortos e 31 292 casos confirmados de covid-19. O dados divulgados pelo boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta quarta-feira (27 de fevereiro), indica que, nas últimas 24 horas, foram reportados mais 14 mortes e 285 novos casos de infeção pelo novo coronavírus (um aumento de 0,9% face ao dia anterior).
"A taxa global de letalidade é de 4,3% e acima dos 70 anos é de 16,9%," afirmou o secretário de Estado da Saúde, António Sales, durante a conferência diária sobre a evolução da pandemia covid-19 em Portugal.
Lisboa é a região que tem registado mais novos infetados pelo novo coronavírus nos últimos dias.
De acordo com o relatório da DGS, dos 285 novos casos confirmados em todo o país, 277 foram registados em Lisboa e Vale do Tejo. Dos novos infetados, 97% residem nesta região.
Nesta zona morreram também 10 das 14 vítimas mortais declaradas esta quarta-feira. No total, Lisboa tem agora 10 055 casos e 335 óbitos.
"Há pequenos surtos em bairros, surtos em fábricas, casos esporádicos disseminados entre a população", afirmou a diretora-geral da Saúde, na conferência de imprensa de hoje.
Graça Freitas afirmou que o que está a acontecer em Lisboa já se verificou em outras partes do país, "há circulação do vírus". Acrescentou que na região da Grande Lisboa há "situações sanitárias mas também sociais".
Dos 16 infetados no Bairro da Jamaica, quatro foram dados como recuperados, diz a DGS
Com "surtos mais ou menos localizados" a surgirem, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, chegou a falar em situação "complexa" na região de Lisboa, durante a conferência de imprensa de terça-feira
Na área dos centros de saúde do Seixal e de Almada existem três surtos, um dos quais no Bairro da Jamaica, no concelho do Seixal, onde mais de uma dezena de pessoas foram diagnosticadas com covid-19.
Esta quarta-feira, Graça Freitas refere que em relação ao Bairro da Jamaica "há boas notícias", uma vez que dos 16 casos positivos, "quatro já foram dados como curados".
A diretora-geral da Saúde disse que, por outro lado, "apareceram no Seixal focos familiares, muito pequenos e ligados a coabitação".
Questionado pelos jornalistas, o secretário de Estado da Saúde disse que "não há razões para se fazerem testes em bairros sociais".
"Não me parece que, por si só, haja necessidade de fazer testes em bairros sociais, a não ser para avaliar um surto. Este é um vírus democrático. Atinge toda a gente, independentemente da condição social. Testagem em bairros sociais só se justifica no âmbito de uma investigação epidemiológica", justificou António Sales. "Não é por estar num bairro social, que se confina todo o bairro", acrescentou Graça Freitas.
O centro logístico da Azambuja, onde estão localizadas várias empresas, como a Sonae, é onde está localizado mais um surto na grande Lisboa, com mais de 100 pessoas infetadas.
Graça Freitas fala em "situações diferentes" em Lisboa. "Há zonas onde os casos são dispersos, há depois a questão da Azambuja, que foi de contágio em meio laboral", referiu.
Em relação a outras regiões do país, o Norte é aquele que regista um maior número total de casos, com 16 703 (mais 4 face ao dia anterior) e 755 mortos (mais 3). Na região Centro verificam-se as mesmas 3690 pessoas infetados, que foram reportadas no boletim de terça-feira, mas mais uma vítima mortal (total é de 235) .
O Alentejo regista mais dois casos, elevando o total para 256, mantendo um óbito. O Algarve não tem novos casos, mantém os 363 as 15 vítimas mortais.
Número de internados continua a baixar
A DGS indica que ao nível dos concelhos, Lisboa tem 2254 casos, Vila Nova de Gaia regista 1553 e no Porto há 1349 pessoas infetadas. Em Braga verifica-se que há 1213 casos, Matosinhos tem 1275 e em Gondomar são 1079 casos.
O relatório diário da DGS indica que nesta quarta-feira há 510 pessoas hospitalizadas (menos três do que na terça-feira), das quais 66 (menos 5) estão em unidades de cuidados intensivos. Os dados da DGS referem que 18 349 pessoas recuperaram da doença.
Há 27 141 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde e 1886 pessoas aguardam resultados laboratoriais. A tosse é o sintoma mais comum (afeta 40% dos doentes), seguida da febre (29%) e de dores musculares (21%).
Há mais de 100 potenciais vacinas na corrida
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que uma vacina contra a covid-19 poderia demorar um ano e meio a chegar. Cinco meses depois já existem laboratórios a testar vacinas em humanos, mas nenhuma é segura.
A empresa farmacêutica AstraZeneca disse estar pronta para começar a fornecer uma potencial vacina contra a covid-19 em setembro deste ano.
No dia 15 de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que existiam 110 vacinas candidatas a uma avaliação pré-clínica e oito já em ensaios (fase 1 e 2) em humanos. Entretanto, o número de candidatas já subiu e estarão na corrida cerca de 120 potenciais vacinas.
Se o primeiro-ministro britânico Boris Johnson já tinha dito que provavelmente nem chegaria a ser encontrada uma vacina, o que os cientistas sabem com certezas é que nenhuma é 100% eficaz.
"Nem sabemos se uma vacina pode produzir uma resposta imune que proteja contra infeções futuras", admite David Heymann, que liderou a resposta da Organização Mundial da Saúde (OMS) à epidemia de SARS, em 2003.
Esta terça-feira foi também anunciado que a campanha de angariação de fundos promovida pela Comissão Europeia para financiar a investigação de tratamentos e vacina para a covid-19 atingiu 9,5 mil milhões de euros, acima do objetivo inicial de 7,5 mil milhões de euros.
Cuidado com "publicidade enganosa" a máscaras e desinfetantes
Esta quarta-feira, a Direção-Geral do Consumidor (DGC) e a Auto Regulação Publicitária (ARP) divulgaram um guia sobre comunicação publicitária no contexto da covid-19 e recomendam aos consumidores "especial atenção" a publicidade enganosa de desinfetantes e máscaras..
No guia recomenda-se aos consumidores que tenham "especial atenção às mensagens publicitárias de produtos de limpeza, desinfetantes para as mãos ou máscaras protetoras, que podem ser falsas ou enganosas, por alegarem características ou resultados que os produtos não têm".
A DGC e a ARP apelam também para que não se acredite "em conteúdos divulgados ou partilhados em sítios da internet e em redes sociais que promovam produtos ou serviços que aleguem possuir a cura para a covid-19" e lembram que "a divulgação destes conteúdos constitui uma prática enganosa".
Pandemia já matou mais de 350 mil pessoas
Mais de três quartos na Europa e nos Estados Unidos, segundo um balanço da agência AFP baseado em dados oficiais.
De acordo com os dados recolhidos pela agência de notícias francesa até às 06:00 (07:00 em Lisboa), foi registado um total de 350.196 mortos em todo o mundo (em 5.589.389 casos de infeção), incluindo 173.713 na Europa, o continente mais afetado desde o início da epidemia em dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan.
Os Estados Unidos são o país com mais mortes (98.929), à frente do Reino Unido (37.048), Itália (32.955), França (28.530) e Espanha (27.117).
Esta avaliação foi realizada com dados recolhidos pela AFP junto de autoridades de saúde e informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).