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O estado de emergência levou ao encerramentos dos centros comerciais. Fotografia: EPA / José Sena Goulão

68% defende perdão das rendas das lojas quando fechadas

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AMRR pede que a da reabertura lojistas paguem as rendas nos centros comerciais "como base apenas percentagem contratada, ou seja um valor variável" .

Mais de metade dos portugueses (68%) defende que o Governo devia mudar a lei permitindo que os lojistas nos centros comerciais não sejam obrigados a pagar as rendas dos espaços durante o período em que estiveram encerrados, de acordo com um inquérito realizado pela Pitagórica para Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR). Os centros comerciais abrem a totalidade das lojas a partir de segunda-feira, de acordo com o plano de reabertura de economia desenhado pelo Governo.

A sondagem “revela a urgência da implementação de medidas que protejam os mais de 100 mil postos de trabalho que os lojistas geram”, considera Miguel Pina Martins, presidente da AMRR, citado em nota de imprensa. E lança um repto ao Governo, “não nos obriguem a fechar as lojas!”

A mesma sondagem – realizada entre 6 a 14 de maio, através de 605 entrevistas telefónicas a que corresponde uma margem de erro máxima de cerca de 4,07%, para um nível de confiança de 95,5% – revela que “70% dos portugueses considera que os fundos internacionais, proprietários de centros comerciais, também sejam chamados a contribuir para a recuperação económica de Portugal”.

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A atual lei prevê que os lojistas tenham apenas uma suspensão das rendas das lojas durante o Estado de Emergência e o que pagamento das mesmas seja retomado após a abertura, com pagamentos em duodécimos das rendas suspensas a partir de julho.

Miguel Pina Martins defende que, “à semelhança do que já foi legislado e negociado noutros países”, os lojistas vejam renegociadas as rendas e os contratos estabelecidos.

“Em relação ao mês de março, pagar 30% da renda mínima e 30% das despesas comuns. Quanto a abril e maio, e uma vez que as lojas estiveram encerradas durante todo o mês, a proposta é não pagar qualquer valor a título de remuneração, mas na perspetiva da parceria existente, pagar 30% das despesas comuns”, propõe o responsável da associação que representa 100 empresas com 100 mil trabalhadores.

Já em relação à reabertura, “uma solução coerente e justa será a partir do dia de abertura existir uma remuneração que tenha como base apenas percentagem contratada, ou seja um valor variável.”

Apenas um número reduzido de gestores/donos de shoppings perdoou as rendas enquanto as lojas estiveram encerradas – foi o caso da Mundicenter (dona do Amoreiras Shopping, entre outros centros) e da Ingka Centres (dona dos Mar Shopping), bem como a Merlin Properties – com os restantes a fazer apenas a suspensão dos pagamentos.

Na reabertura, somente a Merlin Properties (dona do Almada Forum) se mostrou disponível para reduzir o valor das rendas aos lojistas até ao final do ano.

A Sonae Sierra – um dos maiores gestores/proprietários nacionais – está a propor que 50% das rendas suspensas sejam pagas durante 2 anos.