https://www.otempo.com.br/image/contentid/policy:1.2241401:1590609277/aras2.jpg?f=3x2&w=1280&$p$f$w=5415e05
Augusto Aras durante sabatina no SenadoFoto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Horas depois de criticar sites de fake news, Aras pede suspensão de inquérito

O procurador geral da República pediu ao ministro do STF Edson Fachin para suspender inquérito que tem como alvo aliados de presidente

by

Horas depois de dizer que é preciso prestigiar o jornalismo profissional para combater o avanço de fake news, o procurador geral da República, Augusto Aras, pediu ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), para suspender o inquérito que investiga informações falsas. A solicitação ocorreu após aliados do presidente Jair Bolsonaro se tornarem alvo, nesta quarta-feira (27), de operação da Polícia Federal (PF).

A operação teve 29 mandados de busca e apreensão, autorizados pelo ministro Alexandre Moraes, relator do caso no STF. Entre os alvos estão o ex-deputado federal Roberto Jefferson; o dono da Havan, o empresário Luciano Hang; e os blogueiros Allan dos Santos e Sara Winter. Aberto em março do ano passado, o inquérito apura ameaças, ofensas e fake news que foram divulgadas contra os membros do tribunal e seus familiares. A investigação está sob sigilo.

O processo foi alvo de polêmica por ser aberto após ordem do presidente do STF, Dias Toffoli, sem consultar o Ministério Público Federal (MPF). No entanto, em outubro do ano passado, Augusto Aras deu parecer favorável à continuidade das investigações. A antecessora dele, Raquel Dodge, foi quem pediu o engavetamento das investigações. Agora, após a operação atingir aliados de Bolsonaro, o procurador mudou de ideia.

Curiosamente, na manhã desta quarta-feira, Aras participou juntamente com Moraes do seminário “Liberdade de Imprensa: Justiça e Segurança de Jornalistas”, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em que foi tratado sobre as fake news.

No encontro, Aras disse que existe a “boa imprensa profissional”, que é preciso velar, mas “existem aqueles que se dizem jornalistas e que usam de blogs para ocupar espaço no ambiente da internet e que colocam verdadeiras aleivosias, que incitam a violência coletiva, em particular de certas autoridades ou mesmo de cidadãos e que merecem todo o nosso reproche”.