Cidades do interior celebram reabertura gradual da economia
Regiões de Franca, Ribeirão Preto e Campinas, entre outras, estão em fase que permite reabrir comércio
Franca (a 400 km de São Paulo) já tinha adotado flexibilização no funcionamento de algumas atividades econômicas em meio à pandemia do novo coronavírus, mas a partir do dia 1º poderá abrir mais seu comércio e setores ligados a serviços.
Ela e as cidades de sua região administrativa estão inseridas na fase 2 de um mapa que vai de 1 a 5 e que foi divulgado nesta quarta-feira (27) pelo governo de São Paulo como forma de reabertura gradual da economia.
Sem escolas, a nova fase da quarentena em São Paulo, em vigor entre os dias 1º e 15 de junho, prevê categorias graduais de isolamento, do mais ao menos rígido (1 - vermelha, 2 - laranja, 3 - amarela, 4 - verde e 5 - azul). Os critérios para estabelecer a retomada seguem balizas de saúde e economia.
A cidade da região nordeste de São Paulo, com 99 casos confirmados da Covid-19 e 3 mortes, está na fase 2 - laranja e tem liberação para o funcionamento de atividades imobiliárias, concessionárias de veículos e escritórios, que poderão atender com horário reduzido e com limitação de consumidores no local.
“Se tomarmos todos os cuidados, um protege o outro. A abertura vai ser boa principalmente para os que não têm nenhum outro tipo de renda”, disse o comerciante francano José Cláudio Araújo, que é aposentado e disse ter sofrido menos durante o fechamento total em relação a outros colegas de profissão.
Bares e restaurantes deverão permanecer fechados, assim como espaços públicos, salões de beleza, academias, teatros, cinemas e eventos com aglomerações, inclusive esportivos.
Franca está na mesma situação de regiões como as de Ribeirão Preto, Campinas, São José do Rio Preto, Araçatuba, Marília e Sorocaba, todas na fase 2 - laranja. Nos shopping centers e comércio de rua dessas cidades, a operação está permitida, também com limitação da capacidade de pessoas e horário limitado.
Segundo o governo paulista, municípios que estiverem nas fases 2, 3 e 4 poderão flexibilizar determinados setores por meio de decretos, observando também os planos regionais. Entre os pré-requisitos para a flexibilização estão adesão aos protocolos de testagem.
O prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB), disse que o plano de retomada apresentado pelo governo do estado é “bastante sensato”.
“Ele vai ao encontro, de fato, de uma retomada consciente, como eu havia citado em momentos anteriores, e me parece bastante razoável a razão do equilíbrio entre a disponibilidade de equipamentos e a infraestrutura assistencial com a quantidade de testes e ao mesmo tempo de aumento ou diminuição de casos conforme cada região. Agora caberá aos prefeitos a ação bastante rigorosa na adoção dos protocolos para que nós possamos avançar e, se possível, em nenhum momento ter que pisar no freio para qualquer tipo de retrocesso”, disse o prefeito.
Em caso de piora dos indicadores, as cidades poderão ver as restrições serem ampliadas, segundo o governador João Doria (PSDB).
“Se tivermos de dar um passo atrás, retomar medidas, não hesitaremos em fazê-lo para proteger vidas. Não temos compromisso com o erro, mas com a saúde, com a vida dos brasileiros de São Paulo”, disse.
Nas regiões de Barretos, Presidente Prudente, Bauru e Central (Araraquara/São Carlos), que estão na fase 3, está permitida a abertura total de atividades imobiliárias, concessionárias e escritórios, e elas terão permissão com restrições para abrir bares, restaurantes, comércio de rua, shopping centers e salões de beleza.
Apesar das restrições, elas devem ser mais flexíveis em comparação com as adotadas nas regiões na fase 2.
Nesta terça-feira (26) prefeitos da macrorregião de Bauru se reuniram para implantar um pacto regional sobre a Covid-19. Em redes sociais, o prefeito de Bauru, Clodoaldo Gazzetta (PSDB), disse que o modelo será fundamental para proteger a vida e as atividades econômicas dos municípios.
Uma das premissas para a decisão tomada pelo governo do estado, segundo o secretário Marco Vinholi (Desenvolvimento Regional), é a autonomia e o compartilhamento de decisões com os gestores municipais.