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Redes de saúde e epidemiológicas precisam estar preparadasFoto: Tony Karumba / AFP / CP

Sair de quarentena é processo lento e depende do sistema público, diz OMS

Organização ressaltou que a pandemia de Covid-19 deixou evidente a falta de investimento e preparo dos sistemas de saúde ao redor do mundo

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A pandemia do novo coronavírus pegou todos os países de surpresa e mostrou a falta de preparo e investimento nos sistemas públicos de saúde em todos os continentes, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Esta situação se revelou catastrófica em países como Itália e Espanha, que não tinham equipamentos suficientes para tratar a quantidade de pacientes infectados pela Covid-19, e interfere nos processos de retomada das atividades econômicas sociais.

A organização defendeu a suspensão lenta e gradual das quarentenas e restrições pelo mundo. Tudo depende, justamente, da capacidade dos sistemas de saúde estarem preparados e equipados para saber onde o vírus está e encontrar e rastrear outros possíveis casos.

Para a OMS, nos países em que as quarentenas foram suspensas sem problemas posteriores eles tinham a infraestrutura dos sistemas de saúde em ordem. Os especialistas da organização tem repetido que as medidas de isolamento social, entre elas o confinamento total, são importantes para ganhar tempo em relação ao vírus.

Isso significa preparar as redes de saúde e epidemiológicas para identificar qualquer possível novo foco. Para controlar o vírus é necessário identificar e rastrear os casos, testá-los e tratar os doentes, segundo a OMS.

Cloroquina

A OMS anunciou na segunda-feira que havia suspendido os testes com a cloroquina, defendida por presidentes como Jair Bolsonaro e Donald Trump no tratamento do Covid-19, depois que pesquisas concluíram que o medicamento não é eficiente no combate a doença e aumento o risco cardíaco.

Nesta quarta-feira, a França proibiu o uso da hidroxicloroquina, com exceção de testes clínicos, mas o medicamento não pode mais ser usado no tratamento de pacientes de Covid-19.

A OMS reconheceu que há países que seguem usando o remédio no tratamento de doentes, que é usada sob supervisão clínica, e reiterou que a cloroquina é útil no tratamento de doenças como lúpus e malária, mas a preocupação da organização é unicamente com pacientes de Covid-19.