Renault passará a liderar projetos da Nissan no Brasil
Quase 50% dos modelos produzidos pelo grupo até 2025 serão feitos em conjunto; cada uma delas irá liderar em uma região do mundo
by AFPAs montadoras Renault, Nissan e Mitsubishi Motors anunciaram nesta quarta-feira (27) que produzirão em conjunto "quase 50%" de seus modelos até 2025 para melhorar a rentabilidade das três empresas.
Esta união "permitirá reduzir os custos e os gastos de investimentos em até 40%" em cada veículo fabricado em comum, explica a aliança franco-japonesa em um comunicado.
Com esta estratégia, o consórcio deseja priorizar a rentabilidade e acabar com a corrida pelo volume de vendas iniciada pelo ex-presidente Carlos Ghosn.
"A aliança é a chave de nossa resiliência e de nossa competitividade (...) Hoje, o foco volta para a eficiência e competitividade, mais do que os volumes", declarou o presidente do grupo, Jean-Dominique Senard, em uma entrevista coletiva.
Desde a detenção de Carlos Ghosn no Japão em novembro de 2018 por suposta fraude, esta aliança única na indústria dos automóveis enfrenta uma crise. E isto apesar de ter sido líder em venda de automóveis no planetas (mais de 10,6 milhões de unidades).
Os volumes recordes, apresentados como um triunfo por Ghosn, agora refugiado no Líbano, têm sido de pouca ajuda para as empresas sócias, cuja rentabilidade registrou queda nos últimos meses, mesmo antes do início da pandemia de COVID-19
O reforço da cooperação entre os três fabricantes de automóveis é uma resposta à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, que paralisou o setor.
Os dois pilares da associação, Nissan e Renault, devem revelar na quinta-feira e sexta-feira, respectivamente, os rígidos planos de economia, incluindo o fechamento de fábricas e cortes de empregos.
O objetivo da nova estratégia das montadoras para reduzir custos é que uma das empresas assuma a liderança em uma região, um produto ou uma tecnologia e os demais sócios acompanhem a primeira montadora.
A produção de veículos concebidos de maneira conjunta se reagrupará em uma única fábrica do grupo "quando isto for considerado pertinente", afirma o comunicado.
Por exemplo, os SUV (veículos utilitários esportivos) ou veículos off-road de porte médio, como o Renault Kadjar e o Nissan Qashqai, "ficarão a cargo de Nissan", enquanto os pequenos SUV (Renault Captur, Nissan Juke) "serão de responsabilidade da Renault", explica o comunicado.
No que diz respeito à distribuição geográfica, a Nissan será a referência para China, América do Norte e Japão. A Renault vai liderar a aliança na Europa, Rússia, América do Sul e Norte da África. A Mitsubishi Motors vai comandar as atividades nos países do sudeste asiático e na Oceania.