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Foto: EDUARDO COSTA/LUSA

Covid-19: Morreram 128 idosos dos 35 mil que vivem nos lares das Misericórdias

O presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, diz que resultados são "muito bons" e mostram que o novo sistema de visitas "está a funcionar com segurança e com cuidado".

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O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) revelou hoje que morreram 128 idosos por covid-19 nos lares da instituição, o que representa 0,4% do total de utentes que vivem naquelas estruturas residenciais.

"Os resultados são muito bons. Até ao momento, nos lares da cooperação tivemos 128 óbitos por covid-19, o que, num universo de cerca de 35 mil utentes, representa 0,4% do total, sendo que os números da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade são muito parecidos", revelou Manuel Lemos, após uma reunião com o primeiro-ministro na qual foram discutidas futuras medidas para o setor social.

Manuel Lemos disse também que o sistema de visitas aos lares de idosos, que voltaram a ser permitidas a partir de 18 de maio, "está a funcionar com segurança e com cuidado", mostrando que "mais uma vez o setor social está a responder às necessidades das populações".

Questionado sobre as notícias que deram conta da permanência nos hospitais de idosos que já tiveram alta clínica, após terem sido infetados pelo novo coronavírus, por falta de capacidade dos lares, Manuel Lemos afirmou: "Os lares são estruturas residenciais não são estruturas de saúde. A lei não obriga à presença de um médico nos lares e só obriga a um enfermeiro por cada 40 utentes".

"Não tendo nem podendo inventar profissionais de saúde os lares não iriam colocar pessoas com covid no meio de pessoas sem a doença", sublinhou o presidente da UMP.

"Nós não tínhamos condições para termos dentro dos lares pessoas com covid e a lei não obriga", observou.

Para Manuel Lemos, e tal como foi abordado na reunião com o primeiro-ministro com os representantes do setor social e solidário, inserido no conjunto de medidas de emergência e apoio aos mais carenciados, "é necessário reforçar o apoio domiciliário".

Caso haja uma segunda vaga da pandemia, "torna-se necessário reforçar o apoio domiciliário para as pessoas mais frágeis, como os idosos, porque se ficarem nas suas casas, período de contágio é muito menor", sublinhou.

Portugal regista hoje 1.356 mortes relacionadas com a covid-19, mais 14 do que na terça-feira, e 31.292 infetados, mais 285, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.

Em comparação com os dados de terça-feira, em que se registavam 1.342 mortos, hoje constatou-se um aumento de óbitos de 1%.

Quanto à faixa etária das pessoas que morreram, 912 tinham mais de 80 anos e 265 tinham entre os 70 e os 79 anos.