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Fake news: Banco do Brasil gasta R$ 119 mi com publicidade, inclusive em site de notícias falsas

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Segundo divulgou o jornal A Folha de São Paulo, o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, pode ir parar no inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por fake news. Auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) levantaram que a instituição executou, em 2019, despesas na ordem de R$ 436 milhões com contratos de publicidade sendo que cerca de R$ 119 milhões foram com veiculação na internet, o que abarca um polêmico site acusado de publicar notícias falsas.

O caso está com o ministro Bruno Dantas e deve ter uma primeira decisão nesta quarta (27). O pedido da Procuradoria pode levar até mesmo ao afastamento de Novaes. Na reunião ministerial do dia 22 de abril, o presidente do BB chamou o TCU de “usina de terror”.

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Enquanto isso, a Polícia Federal já cumpre mandados de busca de apreensão relacionados à investigação, alguns dos alvos são o blogueiro Allan dos Santos, além do ex-deputado federal Roberto Jefferson e o empresário Luciano Hang, condenado por fake news contra o reitor da Unicamp. O deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) também está na lista. 

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Os mandados foram expedidos pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga os ataques à Corte. Ao todo, a Polícia Federal cumpre 29 ordens de busca e apreensão em cinco estados, além do Distrito Federal: Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e em Santa Catarina.

As interferências do governo na publicidade do Banco do Brasil já foram avaliadas pelo TCU, que determinou expressamente o cumprimento de regras que impedem que a Secretaria de Comunicação (Secom) analise as propagandas da instituição.

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Carlos Bolsonaro e o BB 

Na semana passada, o banco anunciou que estava vetando anúncios no site Jornal da Cidade Online, já condenado por publicar fake news. Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República, reclamou. E justamente Fabio Wajngarten, que comanda a Secom, anunciou no Twitter que estava “contornando” o veto. Pouco depois, o Banco do Brasil voltou atrás e manteve a publicidade no site. 

Carlos Bolsonaro se opoe também ao Sleeping Giants Brasil, ferramenta que se tornou, em menos de uma semana, um dos principais polos de luta contra as fake news no Brasil. O movimento tem um método de combate novo, mas bastante simples: no Twitter, ele notifica as empresas que anunciam em sites que veiculam notícias falsas, como O Jornal da Cidade Online. Em 6 dias, a plataforma alcançou quase 300 mil seguidores, dezenas de marcas já foram notificadas e irão retirar suas propagandas do website. 

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O financiamento por publicidade é um dos principais benefícios para os criadores de notícias falsas no Brasil. Conforme aponta uma reportagem do The Intercept, esses veículos podem alcançar rentabilidade de até R$ 25 mil por mês. Alguns deles foram aconselhados pelo próprio Google sobre como ganhar mais cliques e aumentar a rentabilidade das suas plataformas. O Google é o principal veiculador de publicidade online no mundo. Através do Adsense – que você vê aqui no Hypeness também – a empresa facilita a exibição de anúncios em websites ao redor de toda a internet.