Trump ameça fechar redes sociais após ter post questionado no Twitter

Presidente dos EUA voltou a acusar plataformas de mídia social de parcialidade

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou regulamentar ou fechar as companhias de mídia social por sufocarem as vozes conservadoras, um dia depois que o Twitter anexou um rótulo de advertência a alguns de seus tuítes, recomendando que os leitores verificassem a procedência das afirmações do mandatário.

Sem oferecer provas, Trump voltou a acusar as plataformas de mídia social de parcialidade, tuitando que “os republicanos sentem que as Plataformas de Mídia Social silenciam totalmente as vozes conservadoras. Regulamentaremos fortemente, ou vamos fechá-las, antes de permitir que isso aconteça”.

A ameaça de Trump de fechar plataformas como o Twitter e o Facebook foi a mais forte que ele já fez, em meio a uma reação negativa conservadora cada vez mais intensa contra as grandes empresas de tecnologia.

As ações das duas companhias caíram na sessão. Os papéis do Twitter recuaram 2,76%, a US$ 33,07. Os do Facebook tiveram queda de 1,32%,a US$ 229,14. O mercado acionário americano, por outro lado, teve um dia positivo. Dow Jones subiu 2,2%, Nasdaq, 0,77% e S&P 500, 1,48%.

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O presidente dos EUA, Donald Trump. - REUTERS

O Twitter pela primeira vez afixou rótulos de verificação de fatos a tuites de Trump, depois de ele fazer afirmações não substanciadas, na terça-feira (26), sobre a votação por via postal. A companhia colocou um ponto de exclamação azul ao lado dos tuites, como alerta de que as afirmações de Trump eram falsas e tinham sido negadas por verificadores de fatos.

Em um par de tuites bem cedo na manhã de quarta-feira, o presidente republicano voltou a criticar o voto por via postal. Em um terceiro tuite, ele ameaçou “grandes ações” contra o Twitter.

O Twitter e o Facebook e se recusaram a comentar sobre os tuítes de Trump.

Nos últimos anos, o Twitter vem adotando controles mais rigorosos, diante de acusações de que sua política de não intervenção permitiu que proliferassem abusos, contas falsas e desinformação.

As companhias de tecnologia foram acusadas de práticas anticompetitivas e de violar a privacidade dos usuários. Apple, Google, Facebook e Amazon estão enfrentando investigações antitruste conduzidas pelo Departamento da Justiça americano, pela Comissão Federal do Comércio (FTC, na sigla em inglês), por secretários de Justiça estaduais e por um comitê do Congresso americano.

Jon Berroya, presidente interino da Internet Association, uma organização setorial, afirmou em declaração que as plataformas online não praticam a parcialidade política e que oferecem “ao maior número de pessoas uma possibilidade de serem ouvidas, como nunca antes na História”. A organização tem o Twitter, Facebook, e Google entre seus integrantes.

A Information Technology & Innovation Foundation (ITIF), uma organização de pesquisa, disse que “o presidente está errado sobre a mídia social” e que as plataformas de tecnologia estão reforçando seu combate à desinformação.

Tradução de Paulo Migliacci